Pedro Adão e Silva, ministro da Cultura, esteve, esta quarta-feira, numa audição a propósito do Orçamento do Estado para 2022, nas comissões de Cultura e de Orçamento e Finanças, onde afirmou que o Governo vai manter a política fiscal sobre a tauromaquia e falou em "bom senso, sensatez e equilíbrio" em relação a esta prática.
Em resposta às intervenções do Chega e do PAN - dois partidos com posições totalmente opostas em relação à tauromaquia - o governante disse que o Governo não tenciona descer o IVA de 23% aplicado às touradas, mas também não deve intervir nesta prática.
"Estou muito alinhado com os portugueses no bom senso, na sensatez e no equilíbrio. [...] Não contem comigo para censurar as práticas culturais e os gostos dos outros e fazer juízos definitivos", disse Pedro Adão e Silva.
O ministro afirmou ainda que não é aficionado de corridas de touros, mas disse que se deve "respeitar a forma como os outros olham para a Cultura".
Para o governante, há espaço para a representação das posições políticas do PAN e do Chega "e no meio há os portugueses", que não vão a corridas de touros, mas não querem impedir os outros de irem. "Não nos passa pela cabeça impedir os portugueses. O Estado não apoia as corridas de touros de nenhuma forma, e não é uma matéria em que o Estado se deve intrometer", sublinhou.
De recordar que esta posição "tolerante" de Pedro Adão e Silva contrasta com a advogada por Graça Fonseca, sua antecessora. A antiga ministra da Cultura chegou a dizer, em novembro de 2018, que as touradas eram "uma questão de civilização".
"Não há uma cultura de gosto. Isto não é individual. Todas as políticas públicas têm na sua base valores civilizacionais que partilhamos e perfilhamos e as civilizações evoluem", afirmou , na altura, ministra da Cultura no âmbito da apreciação Parlamentar, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2019.
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