'The Gorillaz Art Book' reúne trabalhos artísticos de mais de 40 autores de todo o mundo, incluindo do português André Carrilho, na criação de histórias com as personagens que integram a imagem visual dos Gorillaz: 2D, Murdoc Niccals, Noodle e Russel Hobbs.
À Lusa, André Carrilho explicou que o desenhador Jamie Hewlett - um dos fundadores dos Gorillaz - queria fazer um livro com a participação de vários artistas, dos quais gostava do trabalho visual, e convidou-o a fazer uma história de BD.
O autor português desenhou uma BD de dez páginas, sem texto, intitulada "Progression": "É uma espécie de exercício harmónico visual com os personagens e com uma data de conceitos à volta da banda", explicou.
"The Gorillaz Art Book" é um projeto colaborativo coletivo, tal como acontece com os próprios Gorillaz, fundados há mais de duas décadas, fundindo música e arte visual.
"Para mim é uma grande honra, porque conheço o trabalho do Jamie muito antes dos Gorillaz. Era grande fã, quando era adolescente, de uma BD chamada 'Tank Girl'. E quando surgiram os Gorillaz reconheci logo o estilo dele. E foi uma grande influência a nível de animação, de junção de imagem com música; foi inovador na altura e é uma grande referência no meu trabalho", disse André Carrilho.
Os Gorillaz surgiram em 1998 pela mão do músico Damon Albarn, dos Blur, e do artista visual Jamie Hewlett, combinando hip hop, eletrónica, dub, pop e rock. A face visível do projeto é ficcional, com as músicas a serem interpretadas em vídeos oficiais por personagens desenhadas por Hewlett: 2D, Murdoc, Noodle e Russel Hobbs.
Ao vivo, os Gorillaz já se apresentaram de várias formas, com os músicos verdadeiros a tocarem atrás de uma tela, onde surgiam aquelas quatro personagens, em projeções virtuais e mais recentemente com toda a banda em palco, visível para a audiência.
Em duas décadas, os Gorillaz editaram sete álbuns, sendo o mais recente "Song Machine, Season One: Strange Timez", de 2020.
No próximo sábado, dia 11, os Gorillaz atuam em Portugal no terceiro e último dia do NOS Primavera Sound, no Porto.
André Carrilho tem mais de duas décadas de trabalho na ilustração, animação e sobretudo em caricatura e cartoon, áreas que lhe valeram vários prémios internacionais.
Colabora regularmente com o Diário de Notícias e já assinou trabalhos para, entre outros, Financial Times, Harper's Magazine, El Mundo, The New York Times, The New Yorker, Público e Vanity Fair.
Em 2002, recebeu o galardão de ouro de ilustração da Society for News Design dos Estados Unidos, em 2009 venceu o primeiro prémio de caricatura do World Press Cartoon e em 2011 o Prémio Stuart de Desenho de Imprensa.
Em 2021, venceu o Prémio Nacional de Ilustração pelo primeiro livro ilustrado para a infância, "A menina com os olhos ocupados".
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