"Este ano vamos ter um programa bastante forte na área do som. Vamos ter sete apresentações internacionais pela primeira vez na Península Ibérica e onze apresentações internacionais únicas em Portugal", disse hoje a diretora artística dos Jardins Efémeros, Sandra Oliveira, em conferência de imprensa.
Ana Roxanne, Vica Pacheco e Cobracoral são os projetos que abrem o festival, com concertos nos dois primeiros dias. Sam Gendel, Mieko Suzuki e Heather Leigh irão apresentar-se a solo, para concertos, pela primeira vez em Portugal.
Pino Palladino, Blake Mills, Sam Gendel & Abe Rounds, AGF, Hatis Noit, Karolina Rec e Vladislav Delay são outros nomes que também estarão em Viseu.
"Somos competitivos na apresentação de discursos absolutamente novos em Portugal", frisou Sandra Oliveira, considerando que, com estes nomes, "Viseu consegue fazer uma parte de programação e uma parte curatorial inovadora em Portugal", com "onze apresentações internacionais únicas".
Os projetos sonoros serão apresentados no Palco Octógono em Círculo (que será criado à volta do pelourinho do Adro da Sé), no interior e no claustro da Sé.
Sandra Oliveira explicou que houve necessidade de deslocar o local dos concertos que habitualmente se realizavam na Praça D. Duarte, por a organização ter tido "vários problemas" devido à quantidade de pessoas.
"Vamos focar-nos essencialmente na área da Sé, para ser fácil a mobilidade das pessoas e não haver aquela contingência de massas de pessoas na Praça D. Duarte, o que para nós era complicado", justificou.
No total, serão apresentados 35 projetos na área do som, que incluem uma instalação sonora de Pedro Rebelo e Matilde Meireles, dez sessões de DJ Set do programa "Pratos da Casa", seis concertos enquadrados no programa de valores emergentes "Aos Cantos", quatro concertos selecionados na chamada de artistas na área sonora e dois concertos do programa da "Fora de Rebanho".
Segundo Sandra Oliveira, o programa dos Jardins Efémeros "foi desenhado para servir diversos públicos e, portanto, não é possível toda a gente gostar de todas as atividades, porque elas são, muitas vezes, diametralmente opostas".
Sob o tema "A incerteza", a décima edição dos Jardins Efémeros inclui atividades em oito categorias: artes visuais, arquitetura & design, som, cinema, polis, oficinas, mercados e literatura.
Um dos projetos em destaque no programa das artes visuais, arquitetura & design é o "Éden X", que consiste numa plataforma online de discussão e deliberação, "que ensaia um modelo social de organização não hierárquica e descentralizada da natureza, em que os elementos naturais são autogovernados por comunidades mais-que-humanas".
Esta plataforma estará disponível para visita através de uma instalação no centro histórico de Viseu.
A arquiteta Mariana Pestana, uma das responsáveis pelo projeto, explicou que se trata de "uma conversa a várias vozes", um "exercício de imaginação que é percetível para as audiências dos Jardins Efémeros".
"Mas nós gostaríamos muito, e é nesse sentido que estamos em diálogo com a Câmara de Viseu, que esta conversa pudesse influenciar o desenho e talvez o modelo de gestão de um jardim futuro na cidade de Viseu", sublinhou.
Os Jardins Efémeros contarão também com várias atividades no âmbito do Serviço Educativo, com 36 oficinas diferentes (num total de 217 sessões) e com os vários Mercados Efémeros: Mercado de Sons e Letras, Mercado Biológico e Mercado Indo Eu.
Para o presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas, os Jardins Efémeros representam "uma simbiose perfeita entre o que é a atividade pública e a atividade privada, numa área que é fundamental".
"Ficamos muito satisfeitos por voltarmos a ter os Jardins Efémeros na plenitude", frisou o autarca, acrescentando que este evento "se afirmou por mérito próprio" e se vê agora "com pujança a atrair gente de vários pontos do país".
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