No novo livro de Rowling, mulher acaba morta por comentários transfóbicos

Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência, segundo afirma J.K. Rowling, mas o facto é que, no seu novo trabalho, uma mulher sofre duras consequências após ser amplamente criticada online.

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Beatriz Cavaca
31/08/2022 14:14 ‧ 31/08/2022 por Beatriz Cavaca

Cultura

Livros

J. K. Rowling, autora da famosa saga Harry Potter, lançou um novo livro, intitulado 'The Ink Black Heart'. Ao contrário dos livros de fantasia que a tornaram conhecida, esta nova história tem contornos bastante mais próximos da realidade - especificamente, da sua.

A nova história faz parte da série de thrillers 'Cormoran Strike', assinados pelo seu pseudónimo Robert Galbraith, e tem como protagonista Edie Ledwell, uma Youtuber que é alvo da ira coletiva depois de ser acusada de criar conteúdo racista, preconceituoso e transfóbico, por causa de um cartoon sobre uma minhoca hermafrodita.

A criadora é, depois, acossada na internet e submetida a ameaças de morte e violação, acabando por ser esfaqueada até a morte num cemitério.

O enredo, fictício, partilha muitas semelhanças com o que aconteceu à própria autora na rede social Twitter, onde fez vários comentários que foram amplamente criticados como transfóbicos.

Recorde-se que Rowling chegou a descrever as mulheres trans como "homens de vestidos" e fez troça de um artigo de opinião que usou o termo "pessoas que menstruam". A 'tempestade' online culminou na publicação de uma carta aberta, divulgada em junho de 2020, onde explica as razões pelas quais estava "preocupada com o novo ativismo trans".

De acordo com a revista Rolling Stone, o livro tem como alvo claro os “guerreiros da justiça social” e sugere, na trama, que Ledwell foi vítima de uma campanha de ódio organizada e politicamente alimentada contra ela. 

A autora britânica, porém, sublinhou ao apresentador britânico Graham Norton que tudo é apenas uma grande coincidência: “Devo deixar bem claro que, depois de algumas das coisas que aconteceram no ano passado, nada disso está retratado no livro".

Acrescentou ainda que o escreveu “antes de certas coisas acontecerem online”. “Eu disse ao meu marido: 'Acho que o mundo vai ver isto como uma resposta ao que aconteceu comigo', mas realmente não foi. O primeiro rascunho foi concluído no momento em que certas coisas aconteceram”, sublinha. 

Leia Também: Feira do Livro. Marcelo destaca "importância da leitura" na formação

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