Centenário de Saramago "transcendeu em muito as fronteiras de Portugal"

O comissário para os 100 anos do nascimento de José Saramago, Carlos Reis, disse hoje que estas comemorações reforçaram a atualidade de uma obra literária já "amplamente conhecida" em Portugal e no mundo.

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© Ulf Andersen/Getty Images

Lusa
15/11/2022 20:04 ‧ 15/11/2022 por Lusa

Cultura

José Saramago

"O centenário, como aliás se esperava, transcendeu em muito as fronteiras de Portugal e estendeu-se a muitos outros países, com destaque, naturalmente, para Espanha, especialmente Lanzarote, e para o Brasil", afirmou Carlos Reis em entrevista à agência Lusa.

Embora considere "cedo, por agora, para se fazer um balanço definitivo" das realizações comemorativas, o especialista saramaguiano realçou que, "conforme estava programado e com a parceria de muitas instituições, o centenário foi a celebração de um grande escritor que hoje é mais do que isso".

"O teatro, a música, a dança, as artes plásticas, o cinema, as performances com participação de leitores e de admiradores anónimos, estas e muitas outras manifestações deram ao centenário uma amplidão considerável, mas não inesperada", disse.

Carlos Reis enfatizou que a obra do Nobel da Literatura português "está traduzida -- e continua a ser traduzida -- em mais de 30 idiomas".

"O centenário acentuou esta situação, inclusive com novas edições e com algumas traduções de livros que ainda não tinham sido traduzidos. E, aspeto importante, dando lugar também a ensaios, recolhas de textos e números temáticos de revistas e de jornais", enumerou.

Ao mesmo tempo, os estudos saramaguianos "estão bem e recomendam-se", congratulou-se Carlos Reis, para recordar que "já há muito tempo que assim é".

"Mas a verdade é que o centenário foi o momento adequado para publicar livros que se juntam à vasta bibliografia crítica saramaguiana, em Portugal e no estrangeiro", enfatizou.

Carlos Reis, "com perdão pelas omissões e apenas para dar quatro exemplos de obras" recentes, apresentadas num colóquio na Goethe-Universität, em Frankfurt (Alemanha), mencionou o livro de Carlos Nogueira "José Saramago: a Literatura e o Mal" e o volume de ensaios coordenado por Paulo de Medeiros e José Ornelas, "Saramago After the Nobel: Contemporary Readings of José Saramago's Late Works", além de uma recolha de textos do Nobel que ele próprio organizou, publicada no Brasil, com o título "José Saramago. Literatura e compromisso", e a reedição do livro de Orlando Grossegesse, "Saramago lesen. José Saramago: Werk, Leben, Bibliographie".

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