A 57.ª edição do Festival da Canção começa já no próximo sábado, dia 25 de fevereiro. No total, são 20 os concorrentes a querer representar Portugal na Eurovisão, em Liverpool.
O Notícias ao Minuto falou com todos os autores em competição e MoYah não foi exceção.
Segundo a RTP, o cantor, nascido em Moçambique, chegou a Portugal “como refugiado político no contexto da guerra no seu país”. Atualmente, reside no Reino Unido.
MoYah usa a sua música como “uma ferramenta poderosa para a autoexploração e a expressão social”, onde aborda “questões relativas à identidade, injustiça social e espiritualidade sob a perspetiva de uma criança da diáspora africana”.
MoYah já se apresentou em concertos na Europa, nos Estados Unidos, na América do Sul e no continente africano, mas, no sábado, apresenta-se no palco do Festival da Canção, onde, segundo disse ao Notícias ao Minuto, quer passar uma mensagem de “perseverança” e “reconhecimento do valor próprio”.
Porque é que quis participar no Festival da Canção?
Eu quis participar no Festival da Canção por vários motivos, desenvolvi o meu amor pela música e o meu sonho de ser performer durante a minha infância em Lisboa, então, ter a oportunidade de atuar na cidade e no país onde tudo começou é um sonho absoluto.
Em segundo lugar, acredito que uma sociedade saudável é aquela que tem mente aberta, é culturalmente rica e altamente diversificada e, acredito sinceramente que a minha presença no Festival da Canção representa isso, faço isto não só por mim, mas por todos em Portugal que gostariam de mostrar a diversidade musical do Músicos Portugueses.
Já era fã do Festival da Canção? E da Eurovisão?
Eu cresci a ver o Festival da Canção e a Eurovisão, no entanto, depois de me mudar para o Reino Unido não tive oportunidade de acompanhar mais e também senti que a Eurovisão não tinha tanta diversidade musical como sei que hoje tem. Por isso, é importante para artistas como eu estarem presentes em espaços como a Eurovisão, a fim de inspirar músicos emergentes no futuro que sejam lindamente diferentes.
Qual é para si a melhor música de sempre do Festival da Canção?
Essa é uma pergunta extremamente difícil de responder, já que houve centenas de canções ao longo de um período de mais de 70 anos, mas as canções que automaticamente vêm à minha mente são a canção 'Saudade' da Maro e a canção 'O Vento Mudou' por Eduardo Nascimento, ambas são canções muito lindas.
Que mensagem transmite a música 'Too Much Sauce'?
Há várias mensagens dentro da minha música que o ouvido mais desatento não apanha. É uma canção com muitas referências que merece ser decifrada, mas avanço que o sentimento principal que quero que passe é de uma mensagem de 'self-belief', perseverança e reconhecimento de nosso valor próprio porque, afinal, todos nós temos muito sauce.
Consegue levantar um pouco o véu de como será a atuação?
Espero que seja uma performance muito energética, poderosa e com uma mensagem bem forte.
Como estão a correr os ensaios? Com que frequência ensaia?
Os ensaios estão indo bem, às vezes é difícil coordenar as coisas, já que eu e meu diretor artístico moramos no Reino Unido, enquanto os outros dançarinos moram em Lisboa. Mas vamos continuar a tentar dar o melhor show possível porque o público português merece isso. Ensaio o máximo que posso e nos próximos dias vamos aumentar ainda mais.
De que forma olha para as restantes canções e intérpretes desta edição do Festival?
Acho que este ano temos um grupo de músicos muito especial, diverso e altamente talentoso, é uma honra absoluta estar entre todos e todas.
Quais são as suas expetativas face à participação no Festival da Canção? O que seria um bom resultado?
Gostaria muito de dar a melhor performance que eu consiga e que seja artisticamente percebida e aceite pelo povo português e, claro, iria ser um grande sonho ter a oportunidade de representar Portugal na Eurovisão deste ano.
Depois da participação no Festival da Canção, o que se segue?
Vou continuar sonhando alto e trabalhando ainda mais para alcançar esses sonhos, tenho uma apresentação no dia 9 de março, em Lisboa, no Music Box, com o MIGUTI e acordamúsica - estou muito animado; bem como algumas tournées internacionais que eu e o meu manager estamos negociando. Também estou a trabalhar num EP que pretendo lançar este ano em Portugal.
Que portas é que acha que o Festival da Canção pode abrir para o seu futuro?
Acho que as portas já se começaram a abrir e eu estou bastante grato por isso, por ter recebido publicidade internacional. Espero ter a oportunidade de me conectar com um público que aprecia a minha música a nível global. Espero que mais colaborações com outros artistas e mais shows internacionais aconteçam.
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