Conhecida como a "casa do pomar do cafezal", a construção está localizada numa viela íngreme no Aglomerado da Serra, nos arredores de Belo Horizonte, capital do estado brasileiro de Minas Gerais.
No anuncio dos vencedores, a Archdaily destacou que o projeto da casa na favela brasileira representa "um modelo construtivo que utiliza materiais próprios da periferia, com uma implantação adequada e atenção à iluminação e ventilação, resultando num espaço com grande qualidade ambiental".
A casa foi construída com os mesmos materiais com que foram construídas as outras casas deste gigantesco complexo de favelas, que abriga cerca de 100 mil habitantes.
A fachada de tijolo da habitação e cimento não é pintada, as tubagens de água são externas, assim como as ligações elétricas, e as suas janelas são de ferro, como as das casas vizinhas.
É uma casa que pode ter um custo muito parecido com as demais da favela, mas a diferença está na forma como os elementos foram utilizados, com especificações de projeto e técnicas construtivas que permitiram a criação de um espaço eficiente e com qualidade ambiental.
O projeto foi dirigido e assinado pelos arquitetos Fernando Maculan e Joana Magalhães, membros do Levante, coletivo de voluntariado em favelas e que reúne diversos profissionais como engenheiros, eletricistas, paisagistas e designers, além de estudantes.
Essa iniciativa compartilha o conhecimento e a experiência adquiridos com as pessoas das comunidades cujas aprendizagens têm sido essenciais para os responsáveis ??pelo projeto.
As fotos da casa que estavam na conta do arquiteto numa rede social foram vistas pela equipa do Archdaily, que primeiro publicou o projeto no seu portal e depois selecionou-o para o concurso.
A casa de favela brasileira tem uma área de 66 metros quadrados e dois níveis, fica sobre uma forte estrutura cujas fundações também ajudam a sustentar outras casas no beco.
As suas paredes foram construídas com tijolos vazados usados ??na horizontal, uma mudança subtil que virou a fachada de cabeça para baixo e trouxe vantagens adicionais.
Algo semelhante é visto com o desenho de janelas e portas, que além de permitir a entrada de luz natural e dar mais luminosidade ao ambiente, geram ventilação cruzada que arrefece o ambiente. Já as tubagens externas de água ajudam a evitar vazamentos.
Outros dois projetos do Brasil figuram entre os vencedores do concurso: o Pavilhão do Brasil na Expo Dubai 2020, do MMBB Arquitetos, e outro projeto assinado por Gustavo Penna Arquiteto e Associados, que foi destaque na categoria Arquitetura Industrial.
O Centro de Eventos Convento do Beato, em Lisboa, Portugal, venceu na categoria de melhor uso de produtos.
O projeto foi desenvolvido pela Risco para o Beato Lux e contempla a remodelação do Centro de Eventos e a reabilitação e remodelação dos restantes edifícios do complexo para novas utilizações, nomeadamente serviços na antiga igreja e habitação nos antigos edifícios industriais, em Lisboa.
Segundo o Archdaily, o projeto inclui ainda a construção de dois parques de estacionamento, um acima do solo e outro subterrâneo, e vários espaços exteriores. As obras começaram em 2018 e têm conclusão total prevista para 2024.
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