"É um passo de perfil burocrático. Tem de ser publicada a portaria de extensão de encargos, sem a qual não podemos abrir os concursos. Não há nenhum processo difícil por detrás", disse Chaby Vaz.
Nos últimos anos, os concursos de apoio financeiro ao cinema e audiovisual têm sido publicados entre fevereiro e março, mas o programa deste ano ainda não foi publicado, o que motivou, na semana passada, um apelo público de sete associações de cinema e audiovisual.
Chaby Vaz corrobora, assim, a informação já sublinhada por aquelas associações, de que o atraso da abertura dos concursos se deve ao Governo, pela "demora do processo de aprovação da portaria de extensão de encargos, pelo Ministério das Finanças".
Falando à margem de um encontro luso-brasileiro sobre Cultura na Casa da América Latina, em Lisboa, o presidente do ICA disse à Lusa que serão feitos alguns reajustes nos prazos dos subprogramas dos concursos, mas "não será certamente um atraso dramático" para quem se candidata ao financiamento.
"Vai exigir de nós uma melhor coordenação das equipas internas. (...) Todas as entidades podem preparar as suas candidaturas, não haverá grandes novidades no desenho das candidaturas", disse o presidente do conselho diretivo.
Este ano, o orçamento disponível para os concursos rondará os 29 milhões de euros, o que representa um aumento de cerca de seis milhões de euros face aos concursos de 2022 (que totalizaram 22,9 milhões de euros).
"Este ano temos, pela primeira vez desde 2012, o apoio do orçamento do Ministério da Cultura para cobrir parte das despesas de funcionamento do ICA e tivemos uma enorme crescimento de receitas este ano e vamos refletir isso nos concursos que vamos abrir", sublinhou Luís Chaby Vaz.
O crescimento das receitas do ICA decorre, em parte, da cobrança da taxa aplicada aos operadores de serviços audiovisuais a pedido por subscrição, como as plataformas de 'streaming'.
Questionado sobre a distribuição desse aumento de verba disponível, o presidente do ICA disse que o financiamento será repartido por todos os concursos e serão aumentados "os valores por produção".
"Não vamos abrir nenhuma nova linha [de financiamento], porque tem de ser alicerçada no decreto-lei. Mas todas as áreas são reforçadas", explicou.
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