"Depois de mais de quatro semanas de negociações, o acordo anterior expirou na quarta-feira à meia-noite sem qualquer esperança de conciliação", afirmou o Sindicato dos Atores dos Estados Unidos (SAG-AFTRA), em comunicado, revelando que ainda hoje será decidido se avançam para uma greve.
Em causa estão negociações entre aquele sindicato, que representa cerca de 160 mil trabalhadores, e a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP), em representação dos principais estúdios de produção, como Disney, Paramount, Warner, Sony, Netflix e Amazon.
Num comunicado na página oficial, a presidente do sindicato, a atriz Fran Drescher, lembrou que na última década a remuneração dos atores foi "severamente desgastada pela ascensão do ecossistema de 'streaming'" e o desenvolvimento da Inteligência Artificial passou a representar "uma ameaça existencial para as profissões criativas".
"Todos os atores e 'performers' merecem uma linguagem contratual que os proteja de ter a identidade e o talento explorados sem consentimento e pagamento", escreveu.
O sindicato lamentou ainda que a aliança que representa os estúdios de cinema e televisão se tenha "recusado a reconhecer que as enormes mudanças na indústria e na economia tiveram um impacto negativo sobre aqueles que trabalham".
Após o fim do prazo de negociações, o sindicato reúne ainda hoje e decidirá se avança para uma greve que poderá causar uma paralisação ainda maior da produção norte-americana, uma vez que ainda decorre, desde maio, a greve dos argumentistas.
A única vez em que os sindicatos dos atores e dos argumentistas estiveram em greve em simultâneo foi em 1960, escreveu a agência EFE.
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