Barcos com petróleo venezuelano parados por causa das tarifas de Trump

Pelo menos dois navios com crude venezuelano fretados pela norte-americana Chevron estão parados em águas venezuelanas, porque a petrolífera estatal PDVSA suspendeu as exportações após Washington ter imposto tarifas secundárias aos compradores de petróleo da Venezuela.

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© Greg Nash/Pool via REUTERS

Lusa
11/04/2025 21:59 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Venezuela

A situação é hoje avançada pela imprensa venezuelana, precisando que os barcos Dubai Attraction e Carina Voyager tinham terminado de carregar e que a petrolífera norte-americana Chevron está a aguardar autorização para devolver os carregamentos aos portos.

 

Segundo o portal La Patilla, a companhia Petróleos da Venezuela SA (PDVSA) teria ainda suspendido as autorizações de carregamento a quatro outros navios-tanque, citando como a agência de notícias Reuters e dados de transporte do London Stock Exchange Group (LSEG).

"Ao abrigo de uma licença individual para operar na Venezuela sancionada pelos EUA, a Chevron foi autorizada em março pelo Departamento do Tesouro dos EUA a enviar carregamentos de petróleo bruto venezuelano para os EUA até ao final de maio, antes de suspender as operações e as exportações", explica.

"O Carina Voyager tinha como destino a refinaria da Chevron em Pascagoula, Mississippi, enquanto o Dubai Attraction deveria transferir a sua carga para um navio fretado pela Valero Energy em Aruba (...) quatro outros navios que tinham carregamento previsto para este mês, o Pegasus Star, o Ionic Anax, o Calypso e o Sea Jaguar, viram as suas autorizações suspensas", explica.

Em 24 de março último, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas aduaneiras de 25% sobre todas as importações de qualquer país que compre petróleo ou gás da Venezuela, devido à sua atitude "hostil".

"A Venezuela tem sido muito hostil para com os Estados Unidos e as liberdades que defendemos. Por isso, qualquer país que compre petróleo e/ou gás da Venezuela será obrigado a pagar uma tarifa de 25% aos Estados Unidos sobre qualquer comércio que faça com o nosso país", anunciou Trump na rede social Truth Social.

Estas taxas entrariam em vigor a 02 de abril, denominado por Trump como "o dia da libertação".

Em fevereiro último Donald Trump já havia rescindido a licença que permitia ao gigante petrolífero norte-americano Chevron desenvolver atividade na Venezuela.

 A Venezuela foi um dos principais fornecedores estrangeiros de petróleo aos Estados Unidos no ano passado, de acordo com os dados comerciais do Departamento do Comércio norte-americano.

No total, os Estados Unidos compraram 5,6 mil milhões de dólares (5,1 mil milhões de euros) de petróleo e gás à Venezuela em 2024.

A Venezuela produz pouco mais de um milhão de barris de petróleo por dia, dos quais mais de 200 mil barris provinham das operações da Chevron e tinham como destino os Estados Unidos.

O grupo norte-americano era parceiro da companhia petrolífera nacional PDVSA em quatro projetos petrolíferos.

Maduro garantiu que a produção petrolífera não iria diminuir após a saída da Chevron.

A Chevron é a única grande empresa petrolífera americana a operar na Venezuela.

A saída da Chevron é um revés económico para a Venezuela, uma vez que a petrolífera norte-americana tinha contribuído para a reativação da produção petrolífera venezuelana, que em fevereiro deste ano ultrapassou um milhão de barris por dia (bpd) pela primeira vez desde junho de 2019, segundo dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).

As exportações aumentaram 15% em janeiro, cerca de 867 mil barris por dia, muito devido a um aumento dos carregamentos da Chevron Corp.

Leia Também: "Telefones não têm parado de tocar para fazer acordos", diz Casa Branca

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