Ao longo de três dias, pelas duas principais salas da cidade, o Teatro José Lúcio da Silva e Teatro Miguel Franco, são interpretadas pela primeira vez obras encomendadas pela Cidade Criativa da Música, na área da música alternativa, jazz e música contemporânea.
O festival, apresentado hoje, assume-se como "estímulo claro à criação musical contemporânea e à capacitação do tecido artístico local", contribuindo para a consolidação de Leiria "como Cidade Criativa da Música na Rede Mundial de Cidades Criativas UNESCO", realça a organização.
"É um festival que vive da criatividade. Arrisco dizer que será o único no nosso país em que toda a música que vamos ouvir e tudo o que vai ser consumido em termos de objetos artísticos é criado especificamente para este festival e procura mexer com os agentes locais da cidade de Leiria e procura estimular a criatividade nas diferentes estéticas musicais", disse o diretor da LCCM.
Segundo Daniel Bernardes, o evento "é uma tentativa de tocar vários eixos da UNESCO para as Cidades Criativas", explorando "o ecletismo e a variedade de estéticas musicais" para potenciar "parceiros estratégicos do movimento associativo" do concelho.
O Festival Leiria Cidade Criativa da Música reparte-se por um primeiro dia dedicado à música alternativa e pop-rock, um segundo ao jazz e o último dia à música contemporânea.
A 07 de dezembro, é apresentado o espetáculo "Leiria não existe", criação de Inês Apenas, que atuará no Teatro José Lúcio da Silva acompanhada pela Camerata de Cordas.
A composição é uma "viagem musical pela cidade", evocando, "num tom bastante pessoal, as memórias e aventuras vividas em locais icónicos da cidade", avança a organização.
No dia 08 de dezembro, cabe à Orquestra Jazz de Leiria, dirigida por César Cardoso, interpretar um programa onde constam obras originais de compositores de Leiria e nomes relevantes da história do jazz nacional.
As composições são de João Capinha, Joel Silva, Nelson Cascais, Jeffrey David, Zé Eduardo e Paulo Perfeito, que se inspiraram em espaços emblemáticos da cidade, como a Casa do Arco, a Casa dos Pintores ou o Mercado de Santana.
Com a Orquestra Jazz de Leiria, neste concerto apresentam-se como solistas o baterista Diogo Alexandre e o vibrafonista Eduardo Cardinho, ambos naturais do concelho e já com carreira no jazz internacional.
Serão ainda interpretadas as obras 'Senhora do Monte', de Estela Alexandre, e 'Fibers', de Hristo Goleminov, finalistas do Concurso Internacional de Composição de Leiria, promovido também pela LCCM.
O festival termina com um espetáculo que celebra a tradição filarmónica do concelho onde existem 11 bandas e 400 músicos. O maestro Tiago Alves dirigirá o Ensemble de Sopros da Associação de Filarmónicas do Concelho de Leiria que, com o guitarrista Pedro Santos e o tubista José Guilherme Neves enquanto solistas, interpreta peças de Mário Nascimento e Rui Lavos, compositores naturais do concelho, e ainda por Ângela da Ponte, Pedro Lima, Telmo Marques e Nuno da Rocha.
Para este programa, a inspiração foi o edifício do mimo - Museu da Imagem em Movimento, a nascente do rio Lis, o Castelo de Leiria e o Vale do Lapedo.
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