Filipa Ramos e Juan Luis Toboso assinam a curadoria da mostra "Norte Silvestre e Agreste", com o foco na singularidade dos rituais e modos expressivos de pessoas, animais, plantas, elementos e minerais daquele território.
A exposição, que ocupará os dois pisos da galeria até 10 de março de 2024, tem entrada livre, e conta com a participação dos artistas Alejandra Pombo Su, Cem Raios T'abram, Daniel Moreira e Rita Castro Neves, Diego Vites, Judith Adataberna, Lois Patiño, Mariana Barrote, Mariana Caló e Francisco Queimadela, Maruja Mallo, Óliver Laxe, Salvador Cidrás, Vicente Blanco e Von Calhau!.
"Quais são os padrões meteorológicos, os mitos e histórias, os ritmos, cores e formas, os habitantes humanos e não-humanos que constituem o noroeste ibérico na sua realidade e ficção" foi uma das questões que a dupla de curadores se propôs desenvolver a partir de um conjunto de obras e práticas artísticas que pensam aquela região do norte peninsular.
Inspirados num território de geologias diversas, povoados e espécies de criaturas animais e vegetais, os artistas criaram peças que percorrem "caminhos e linhas de intensidade, forças centrífugas que levam para além do Porto, descobrindo e partilhando as referências, histórias, palavras e ligações a esses lugares com um longo passado e um futuro ainda mais longo", descreve um texto da curadoria.
No dia de abertura da exposição serão ainda apresentadas duas performances: "Crónica da Cabria", por Mouræ (Lois Búa), e "A las aves, meu amigo", por Lara & Noa Castro Lema, marcando um programa público de performances, visitas e filmes que se estenderá até ao final da exposição.
"Crónica da Cabria" materializa-se através de uma colagem sonora de diversas proveniências que refletem "as ligações entre fantasia e realidade, futuro e passado, ao mesmo tempo que pondera os possíveis conflitos da sua idealização", e será apresentada em direta relação com a instalação do artista Diego Vites, que integra esta exposição.
"A las aves, meu amigo", da dupla de artistas galegos, será centrada na tradição oral e nas lógicas de partilha de conhecimento através da história, da música e da memória, resultado de uma pesquisa "de práticas através da voz, cruzando as sonoridades humana e animal para pensar as possibilidades de fantasia e conexão com o mundo".
Leia Também: Serralves inaugura 1.ª exposição individual de Oscar Murillo em Portugal