Concurso para ampliação do Museu do Chiado abre até ao fim do mês
A diretora do Museu Nacional de Arte Contemporânea, Emília Ferreira, disse hoje à agência Lusa que o concurso internacional para a ampliação do museu, num investimento estimado em oito milhões de euros, vai abrir ainda este mês.
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Cultura Museu do Chiado
Contactada a propósito do ponto da situação do projeto, anunciado em janeiro pelo Ministério da Cultura, e sobre o andamento das obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a responsável mostrou-se satisfeita com o decorrer de uma medida que irá "beneficiar as condições do acervo e exposições, dos funcionários e dos visitantes" do Museu Nacional de Arte Contemporânea-Museu do Chiado (MNAC-MC).
"O lançamento do concurso internacional do projeto de ampliação está para muito breve, até ao final deste mês, e as obras deverão começar previsivelmente no final de 2024, início de 2025", disse a diretora à Lusa.
Na segunda-feira foi publicada em Diário da República uma portaria através da qual a Secretaria de Estado do Orçamento autoriza a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) a avançar com a repartição de encargos no âmbito do procedimento da empreitada relativa ao concurso de conceção por prévia qualificação, para a elaboração do projeto de ampliação do MNAC-MC, no montante 1,1 milhões de euros.
Em janeiro deste ano, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou obras de ampliação do Museu do Chiado para duplicar as áreas de reservas e exposições, uma medida reclamada há décadas pelos vários diretores desta instituição pública.
"Desde esse anúncio, a equipa do museu tem estado a trabalhar no projeto preliminar, que seguiu para a tutela e depois para a Ordem dos Arquitetos, com quem estivemos em contacto para esclarecer alguns pontos", indicou Emília Ferreira.
A previsão é que o concurso internacional para a elaboração do projeto de remodelação e ampliação do Museu do Chiado seja lançado até ao final de dezembro, para posteriormente se avançar com a respetiva obra, "como ficou estabelecido no compromisso com a tutela".
O projeto de ampliação abrange uma parte do edifício onde estava anteriormente instalada a PSP, parte do edifício do antigo Governo Civil de Lisboa, e uma remodelação que crie uma articulação com os três edifícios, incluindo o mais antigo onde o museu está instalado, "para haver uma lógica de percurso e utilização", segundo a responsável.
A concretização deste projeto de ampliação é de grande importância para o Museu do Chiado, "que não tem tido a possibilidade, por falta de espaço, de apresentar uma exposição de longa duração, com peças em número significativo, com um percurso mais compreensivo da coleção".
"O que temos conseguido fazer é ir apresentando vários núcleos diferentes baseados no acervo", indicou Emília Ferreira, acrescentando que serão "também muito bem-vindos espaços técnicos, auditório, serviços educativos e para reservas".
Quanto ao progresso das obras do PRR, iniciadas este mês, para as quais o MNAC-MC recebeu 1,8 milhões de euros, a diretora afirmou que deverão demorar seis meses e estão a ser focadas na reparação de "problemas antigos e urgentes", nomeadamente a recuperação e instalação de ar condicionado, coberturas, reparações de infiltrações, e substituição de janelas.
Em fevereiro de 2014, o então secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, assinou um protocolo com o Ministério da Administração Interna (MAI) e o Ministério das Finanças para cedência de parte do convento S. Francisco, onde também tinha funcionado uma esquadra da PSP e o antigo Governo Civil, com o objetivo de duplicar o espaço disponível para o Museu do Chiado.
As obras de ampliação estenderam-se primeiro para o edifício do Governo Civil, na Rua Capelo, que abriu em 2015, estabelecendo-se mais tarde a ligação ao edifício original do museu, na Rua Serpa Pinto.
A cedência do espaço então sob tutela do MAI no Convento de São Francisco correspondia a um projeto já antigo, que atravessou vários governos, mas nunca chegou a ser concretizado.
Um dos principais problemas do museu, apontado por todos os diretores dos últimos 30 anos, era a exiguidade do espaço para mostrar uma das mais importantes coleções públicas de arte do país.
O MNAC-MC, que possui hoje um acervo de quase 5.000 peças de arte, desde 1850 à atualidade, muitas delas em entidades como embaixadas e ministérios, completou 100 anos em maio de 2011.
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