Fotografia e teatro dedicados ao 25 de Abril no Congresso dos Jornalistas

Uma exposição de fotografia de diferentes gerações sobre o 25 de Abril, uma peça inspirada em Saramago e momentos musicais são algumas atividades dedicadas aos 50 anos da revolução, que decorrem este mês, integradas no Congresso dos Jornalistas.

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Lusa
08/01/2024 16:50 ‧ 08/01/2024 por Lusa

Cultura

25 de Abril

Trata-se de uma programação especial que o 5.º Congresso dos Jornalistas vai dedicar aos 50 anos do 25 de Abril, e que terá lugar nos dias 15, 16 e 17 de janeiro, no Cinema São Jorge, em Lisboa, coordenada pela jornalista Sofia Branco, da agência Lusa.

Dedicadas ao público em geral e de entrada livre, estas atividades nasceram da "feliz coincidência" de o 5.º Congresso dos Jornalistas coincidir com as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, facto que se traduziu na importância de assinalar esta data, cruzando-a com a instauração da democracia e da liberdade em Portugal, explicou a organização em comunicado.

Nesse sentido, foi pensada uma programação especial, a que se deu o mote de "Portugal Livre", destinada a "destacar a estreita relação entre o Jornalismo e o 25 de Abril", como fica patente logo numa exposição de fotografia, a inaugurar no dia 15 às 15:00, com curadoria do fotojornalista Mário Cruz, fundador da Narrativa, que põe em diálogo olhares de diferentes gerações sobre a revolução.

Esta mostra, intitulada "Portugal Livre 1974-2024", ocupará a Praça dos Restauradores, e colocará em diálogo quem fotografou o 25 de Abril e fotojornalistas nascidos após 1974, sobre o que foi conquistado e o que falta conquistar desde a Revolução.

A inauguração da exposição, que ficará patente durante um mês, será seguida de uma conversa com fotojornalistas de várias gerações, moderada por Mário Cruz.

"Visto de Fora" é o título de uma outra exposição de fotografia que tem inauguração marcada para as 17:00, na vitrina da escadaria do Cinema São Jorge, e que apresenta pela primeira vez em Portugal trabalhos dos fotógrafos estrangeiros Ingeborg Lippman e Peter Collis, provenientes dos arquivos jornalísticos da Fundação Mário Soares Maria Barroso.

Nesse mesmo dia, passarão ainda pelo São Jorge uma tertúlia sobre o papel dos jornalistas estrangeiros e portugueses no estrangeiro antes e depois do 25 de Abril, um ciclo de vídeo e documentário, intitulado "Cenas de um 25 de Abril desconhecido" (que repete no dia 17), proveniente do arquivo da RTP, e o lançamento de um livro sobre "Media e jornalismo em tempos de ditadura. Censura, repressão e resistência".

A noite abre portas a um ensaio aberto da peça "A Noite", inspirada na obra de José Saramago e levada à cena pelo Grupo de Teatro de Jornalistas do Norte.

Ainda em preparação, este espetáculo, que só tem estreia oficial marcada para 24 de abril, servirá de mote a uma conversa com a presidente da Fundação José Saramago, Pilar del Rio, seguida de um debate informal com a plateia.

O segundo dia de programação contará com uma intervenção de Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, sobre "Jornalismo, liberdade e democracia", seguida de um debate com estudantes.

A história e as estórias do Sindicato dos Jornalistas, uma homenagem às mulheres jornalistas e uma reflexão sobre a luta pela igualdade no jornalismo, são outras iniciativas previstas para este segundo dia, que incluirá ainda a apresentação de "A hora da liberdade", ficção documental de 1999 da autoria de Emídio Rangel, Sousa e Castro e Joana Pontes, da SIC.

As iniciativas prosseguem no dia 17 com a reposição da exposição "Proibido por inconveniente", da autoria do Arquivo Ephemera, com algumas adaptações, que ficará patente também nas vitrinas do cinema.

Tanto esta mostra como a de fotografias de Ingeborg Lippman e Peter Collis vão estar em exibição até final do mês - exceto nos quatro dias do congresso - e serão acompanhadas por visitas guiadas e tertúlias, destaca a organização.

A programação encerra com "A palavra amordaçada", uma homenagem a quem foi jornalista no tempo da censura e tentou contorná-la para garantir o direito à informação do povo português, que incluirá uma atuação musical de Vitorino Salomé, seguida de um outro momento musical, dedicado à música que se ouvia em 1974.

Intitulada "Banda sonora de uma Revolução", esta viagem pela música que se ouvia na altura começa às 22:00 e será conduzida pelo radialista Mário Dias, que revolucionou os bares e discotecas do Cais do Sodré e foi o primeiro DJ do bar Jamaica.

O 5.º Congresso dos Jornalistas decorre entre os dias 18 e 21 de janeiro, também no Cinema São Jorge, e procurará encontrar soluções para o futuro do jornalismo em Portugal, abordando aqueles que são os principais desafios e problemas que a classe atravessa.

Leia Também: 5.º Congresso dos Jornalistas quer "encontrar soluções" para futuro

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