Estrelas de Hollywood assinam carta a favor de Israel na Eurovisão

Entre os signatários da carta estão nomes como Helen Mirren, Emmy Rossum, Boy George, Sharon Osbourn, Selma Blair, Liev Schreiber e Scooter Braun e a israelita Noa Kirel. Defendem que a "atual ronda de combates não é uma guerra que Israel quisesse ou tenha começado".

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© Aaron Chown/PA Images via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
14/02/2024 15:47 ‧ 14/02/2024 por Márcia Guímaro Rodrigues

Cultura

Eurovisão

Mais de 400 celebridades e executivos da indústria de cinema de Hollywood assinaram uma carta aberta a defender a participação de Israel na 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção. O apelo surge numa altura em que vários artistas europeus pediram a expulsão do país do Médio Oriente - algo que a organização do evento se tem recusado a fazer.

Entre os signatários da carta estão nomes como Helen Mirren, Emmy Rossum, Boy George, Sharon Osbourn, Selma Blair, Liev Schreiber, Scooter Braun e até mesmo a cantora israelita Noa Kirel, que representou Israel na Eurovisão em 2023.

"Escrevemos para manifestar o nosso apoio à continuação da participação de Israel no Festival Eurovisão da Canção de 2024", começa por referir a carta aberta, manifestando "choque" e "desilusão" por ver "alguns membros da comunidade do espetáculo a pedir que Israel seja banido do concurso por ter respondido ao maior massacre de judeus desde o Holocausto".

Para os signatários, a "atual ronda de combates não é uma guerra que Israel quisesse ou tenha começado" e punir o país "seria uma inversão da justiça".

A carta defende ainda que "Israel tem também uma longa e célebre história na Eurovisão", com quatro vitórias e "um grupo diversificado de concorrentes a representar o país".

"Além disso, acreditamos que eventos unificadores como os concursos de música são cruciais para ajudar a colmatar as nossas clivagens culturais e unir pessoas de todas as origens através do seu amor partilhado pela música", acrescentam os signatários, freando que a Eurovisão "personifica este espírito unificador". 

"Aqueles que apelam à exclusão de Israel estão a subverter o espírito do concurso e a transformá-lo de uma celebração da unidade num instrumento político", atiraram. 

Este ano, o concurso realiza-se em Malmo, na Suécia, entre os dias 7 e 11 de maio. 

Sublinhe-se que artistas de vários países europeus - incluindo da Suécia, onde se realiza o evento - já anunciaram a intenção de boicotar a 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção caso Israel participe. A televisão estatal da Islândia já avançou, inclusive, que a decisão de participar no concurso ficará a cargo do artista que vencer a oportunidade de representar o país.

Após o anúncio de que Israel iria participar no certame, a União Europeia de Radiodifusão (UER) defendeu que "o Festival Eurovisão da Canção é um concurso para as emissoras públicas de toda a Europa e do Médio Oriente". "É um concurso para as emissoras - não para governos - e a emissora pública israelita participa no concurso há 50 anos", reiterou.

Israel na Eurovisão? "É um concurso para emissoras, não para governos"

A organização do Festival Eurovisão da Canção afirmou que "a emissora pública israelita cumpre todas as regras do concurso" e, por isso, "poderá participar no concurso do próximo ano". Sobre o facto de ter expulsado a Rússia após a invasão da Ucrânia, explica que o país violou os "valores dos meios de comunicação social públicos".

Márcia Guímaro Rodrigues | 15:49 - 10/12/2023

O país do Médio Oriente, recorde-se, estreou-se no festival europeu em 1973, uma vez que, segundo as normas do concurso, todos os membros ativos da União Europeia da Radiodifusão - ou seja, que façam parte da Área Europeia de Radiodifusão e que pertençam ao Conselho da Europa - podem participar. Desde então, já venceu quatro vezes: em 1978, 1979, 1998 e 2018.

Pode ver a carta aberta na íntegra e todos os signatários aqui.

Leia Também: Música de Espanha na Eurovisão alvo de polémica (e até já Sánchez opinou)

 

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