A Câmara Municipal de Lisboa (CML) vai atribuir ao Hot Clube de Portugal, "por um prazo inicial de 50 anos", um prédio municipal na Praça da Alegria, perto da Avenida da Liberdade.
Em contrapartida, "o Hot Clube [propõe-se a] reabilitar e recuperar o imóvel", refere a CML em comunicado.
Segundo a autarquia, "a primeira das duas fases previstas para a reabilitação do imóvel iniciar-se-á ainda em 2024" e o Hot Clube Portugal retomará "a sua atividade no local já em 2025".
Esta decisão vai, assim, assegurar "a continuidade de um dos mais antigos clubes de jazz da Europa e daquela que é uma associação de referência a nível nacional e internacional na sua área de atuação" na emblemática Praça da Alegria.
"A visão é a de uma cidade com a Cultura no centro, em que a Cultura é para todos, é descentralizada e está viva e renovada", afirma o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, citado na nota.
"O Hot Clube presta um serviço de excelência à cidade e contribui de forma ímpar para a sua dinamização cultural, projetando Lisboa como uma referência pulsante da Cultura e, neste caso particular, da música jazz”, acrescenta Moedas, garantindo que a CML esteve empenhada "desde a primeira hora" em "disponibilizar um espaço que lhe permitisse manter a sua atividade e a sua programação".
"Felizmente, foi possível encontrar uma solução na Praça da Alegria, tal como esta instituição pretendia, solução essa que permitirá, em articulação com o Parque Mayer, a concretização de um grande polo cultural nesta zona de Lisboa", salienta ainda Carlos Moedas.
O vereador da Cultura, Diogo Moura, sublinha que o Hot Clube se tornou "uma referência não só nacional, mas internacional", realçando que Lisboa "não abdica da excelência e, consequentemente, não desiste do Hot Clube de Portugal".
O Hot Clube de Portugal tem mais de 75 anos de história e é parte do património cultural da cidade e do país. Instituição de Utilidade Pública desde 1995, foi considerado um dos melhores 100 clubes de jazz do mundo e agraciado com o Prémio Almada Negreiros, em 2001, e a Medalha de Mérito Cultural, em 2004.
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