Sob o título de "Paradigm", a exposição, com 17 obras, integra também uma nova série de retratos com LEGO, que o artista começou a usar em 2014, quando trabalhou com um material associado ao lúdico para produzir retratos de presos políticos.
Ai Weiwei, artista radicado em Portugal, "revisita frequentemente a porcelana como um meio para contar uma história que frequentemente se baseia na ideia de transliteração", refere a Galeria São Roque num comunicado sobre a mostra, que ficará patente até 31 de julho.
"Freedom of Speech Puzzle" (2014), uma obra que consiste num mapa da China representado em partes, adornado com a expressão "Liberdade de Expressão", é também uma das obras chave da exposição que sublinha ainda os temas de tensão social e política, autenticidade, valor e artesanato.
As esculturas em cerâmica refletem a reinterpretação do artista das técnicas tradicionais de porcelana chinesa queimadas em Jingdezhen, o epicentro da produção de porcelana da China desde a dinastia Ming (1368-1644).
"Remains" (2014) apresenta uma reprodução em porcelana de ossos humanos, oferecidos ao artista após uma escavação arqueológica de um campo de trabalho ativo na década de 1950.
Em 2023, Ai Weiwei, que reside em Montemor-o-Novo, recebeu o grau de doutor 'honoris causa' pela Universidade de Évora, que o distinguiu por ser "uma das figuras culturais mais destacadas da sua geração, e um símbolo da liberdade de expressão tanto na China como internacionalmente", sublinhou a instituição, na altura.
Nascido em Pequim, na China, em 1957, Ai Weiwei tem desenvolvido o seu trabalho em instalação escultórica, cinema, fotografia, cerâmica, pintura, escrita e já expôs em instituições e bienais em todo o mundo.
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