A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção arrancou na noite de terça-feira, em Malmö, na Suécia. A festa - que se iniciou com uma homenagem a quem não venceu o concurso, mas conquistou o coração dos eurofãs - contou, como já é habitual, com brilhos, fogo de artifício, muita dança e até uma espécie de exorcismo.
A cantora Eleni Foureira, que pisou o palco da Eurovisão pela primeira vez em Lisboa, em 2018, em representação do Chipre com 'Fuego', tendo chegado ao segundo lugar, foi a responsável pela abertura da edição deste ano.
Seguiu-se uma atuação de Eric Saade, que representou a Suécia em 2011 com 'Popular'. O artista, que ficou em terceiro lugar, está agora no centro de uma polémica por ter utilizado um 'keffiyeh', um lenço associado à luta palestiniana, à volta do braço. A União Europeia da Radiodifusão (UER), responsável pela organização da Eurovisão, já veio “lamentar que Eric Saade tenha optado por comprometer a natureza não polícia do evento”.
Ainda na atuação de abertura, esteve a cantora Chanel, que representou Espanha na edição de 2022, em Itália. 'SloMo' ficou em terceiro lugar, atrás da vencedora Ucrânia e do Reino Unido.
Inaugurada a festa, seguiram-se as atuações dos países a concurso
A cantora Silia Kapsis foi a primeira concorrente a atuar. Defendeu o Chipre com 'Liar' e trouxe ao palco eurovisivo bastante dança.
Após o Chipre, foi a vez da Sérvia. A cantora Teya Dora cantou 'Ramonda', uma música que fala sobre a flor Ramonda Serbica, que cresce no meio das montanhas e é encontrada apenas na Sérvia.
Da balada, seguimos para o 'pop' de Silvester Belt, que representou a Lituânia com 'Luktelk'. E do 'pop', passámos para o psicadélico de Bambie Thug. A cantora, representante da Irlanda, foi uma das surpresas da noite e trouxe uma espécie de exorcismo para o palco da Eurovisão com 'Doomsday Blue'.
Pausa para a atuação dos concorrentes da primeira semifinal e fpi a vez do Reino Unido, automaticamente qualificado para a final por fazer parte do grupo dos 'Big 5', mostrar a sua canção. Olly Alexander, conhecido por ter feito parte da banda Years & Years, apresentou o tema 'Dizzy' no meio de um ringue improvisado.
De volta à competição por um lugar na final do próximo sábado, a Ucrânia sobiu a palco. Alyona Alyona e Jerry Heil cantaram 'Teresa & Maria', uma música cantada em ucraniano que fala sobre esperança.
Foi depois a vez da Polónia, que se fez representar com 'Tower' de Luna. A seguir, chegou a Croácia, apontada pelas casas de apostas como a grande favorita à vitória. Baby Lasagna cantou 'Rim Tim Tagi Dim' e fez toda a arena cantar e dançar.
A cantora Hera Bjork voltou à Eurovisão para a representar a Islândia. Em 2010 fê-lo com 'Je Ne Sais Quoi' e agora com 'Scared of Heights'.
Após a Islândia, houve uma nova pausa para mostrar uma outra música que passa automaticamente à final: a Alemanha que foi representada por Isaak com 'Always on the Run'.
Logo depois, chegou a Eslovénia com Raiven e a sua 'Veronika', inspirada na condessa Verónica de Desenice, a segunda mulher do conde Frederico II de Celje, que chegou a ser acusada de bruxaria.
A Finlândia foi a décima atuação a concurso da noite. Os Windows95Man fizeram uma viagem aos anos 90 e trouxeram 'No Rules!' e… pouca roupa. Seguiu-se a Moldova e Natalia Barbu fez-se acompanhar de um violino para interpretar 'In The Middle'.
Após a atuação da Moldova, os gémeos Marcus & Martinus vieram mostrar 'Unforgettable', que representa a Suécia. O país, recorde-se, não faz parte do 'Big 5', mas passa automaticamente à final por ter vencido a edição anterior.
Depois da mexida 'Unforgettable', o Azerbaijão sobe a palco com a balada 'Özünlə Apar', defendida por Fahree e Ilkin Dovlatov. Os presentes na arena sueca voltaram a dançar com os Electric Fields que trouxeram 'One Milkali (One Blood)' para representar a Austrália, com alguns versos em dialeto 'yankunytjatjara'.
Praticamente prestes a terminar a festa, foi a vez de Portugal subir ao palco. A cantora iolanda representou-nos com 'Grito', uma música que fala sobre superar medos interiores, e conseguiu apurar-se para a final - apesar de as casas de apostas a terem colocado em penúltimo lugar.
Quem fechou a pista foi o Luxemburgo, que voltou ao concurso mais de 30 anos depois da última participação, em 1993. A cantora Tali representou o pequeno país com 'Fighter', uma música maioritariamente em inglês, mas com partes também em francês.
Pode ver (ou rever) um excerto das atuações no vídeo abaixo:
Johnny Logan e Benjamin Ingrosso animaram o intervalo
Terminadas as apresentações, foram abertas as votações e o espetáculo foi para intervalo. Durante esse período, a animação ficou a cargo do cantor irlandês Johnny Logan, que venceu o concurso duas vezes - em 1980 e 1987. O veterano eurovisivo interpretou uma versão de 'Euphoria', a música da cantora sueca Loreen que venceu o concurso em 2012. Loreen, recorde-se, voltou a vencer em 2023 com 'Tattoo' e tornou-se na primeira mulher a vencer o concurso duas vezes.
Houve ainda uma atuação do cantor Benjamin Ingrosso, que representou a Suécia em 2018, quando a Eurovisão se realizou em Lisboa. O sueco mostrou agora à Europa os temas 'Look who's laughing now', 'Kite' e 'Honey Boy'.
Além de Portugal, que outros países conseguiram conquistar um lugar na final?
A Sérvia foi o primeiro país a ser apresentado como finalista. Seguiu-se Portugal, Eslovénia, Ucrânia, Lituânia, Finlândia, Chipre, Croácia, Irlanda e Luxemburgo.
De fora ficaram a Polónia, Islândia, Moldova, Azerbaijão e Austrália.
A segunda semifinal realiza-se já amanhã, quinta-feira, e a lutar por um lugar na final de sábado estarão Malta, Albânia, Grécia, Suíça, República Checa, Áustria, Dinamarca, Arménia, Letónia, São Marino, Geórgia, Bélgica, Estónia, Israel, Noruega e Países Baixos.
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