O cantor sueco Eric Saade está no centro de uma polémica por ter utilizado um 'keffiyeh', um lenço associado à luta palestiniana, à volta do braço durante a sua atuação na abertura da 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, em Malmo, na Suécia. A União Europeia da Radiodifusão (UER), responsável pela organização, já veio "lamentar que Eric Saade tenha optado por comprometer a natureza não política do evento".
O aparente sinal de protesto ocorreu quando Eric Saade subiu ao palco eurovisivo para interpretar 'Popular', o tema que lhe deu o terceiro lugar na edição de 2011, na Alemanha.
O cantor, filho de mãe sueca e pai libanês, usou um conjunto preto e no pulso esquerdo usou o lenço palestiniano, que é frequentemente usado por manifestantes pró-Palestina.
Citado pelo jornal britânico The Telegraph, um porta-voz da UER, lamentou que "Eric Saade tenha optado por comprometer a natureza não política do evento".
"O Festival Eurovisão da Canção é um espetáculo televisivo em direto. Todos os artistas são informados das regras do concurso e lamentamos que Eric Saade tenha optado por comprometer a natureza não política do evento", afirmou.
Na semana passada, a organização do Festival Eurovisão da Canção anunciou que iria proibir a entrada de bandeiras da Palestina e outros símbolos pró-palestinianos na Malmö Arena, no sul da Suécia.
Segundo Michelle Roverelli, diretor de comunicação da União Europeia de Radiodifusão (UER), os fãs podem apenas exibir bandeiras que representem os países participantes, incluindo a de Israel, e a bandeira arco-íris LGBTQIA+. O objetivo é evitar qualquer objeto que "possa perturbar o sucesso do evento".
À agência de notícias The Associated Press (AP), a UER afirmou que se reserva no direito de "retirar quaisquer outras bandeiras ou símbolos, vestuário, artigos e cartazes que estejam a ser utilizados com o objetivo provável de instrumentalizar os programas de televisão".
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