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RTP pede explicações à EBU por atraso na divulgação da atuação de iolanda

Primeiros esclarecimentos davam conta de um "problema técnico". RTP espera agora por "explicações mais cabais".

RTP pede explicações à EBU por atraso na divulgação da atuação de iolanda
Notícias ao Minuto

14:18 - 13/05/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Cultura Eurovisão

A RTP, estação responsável pela exibição do Festival da Eurovisão da Canção, pediu esclarecimentos à União Europeia de Radiodifusão (EBU) sobre o atraso na divulgação da atuação portuguesa na final do concurso

Recorde-se que depois de iolanda atuar, a EBU não publicou, de imediato, e à semelhança do que aconteceu com outros artistas, o vídeo da atuação. Além disso, quando, finalmente, fez a partilha, a organizadora do festival optou por publicar o vídeo da semifinal. 

De notar que, na final da Eurovisão, a portuguesa tinha as unhas pintadas com o padrão do 'keffiyeh', um lenço que é símbolo da resistência palestiniana e, quando terminou a atuação, deixou uma mensagem: "A paz vai prevalecer". 

Agora, a estação pública avança que o presidente do Conselho de Administração da RTP, Nicolau Santos, já pediu esclarecimentos à EBU sobre o sucedido, embora o responsável tenha dito que não há "evidência de que o atraso na entrada do vídeo tenha tido a ver com qualquer motivo relativamente à forma como a iolanda se apresentou em palco". 

"Efetivamente ela tinha motivos nas unhas que apontavam para um apoio à Palestina, e mesmo a pintura dos olhos eventualmente poderia indicar isso, mas não temos evidência que isso possa ter levado ao atraso do vídeo", disse Nicolau Santos.

O presidente do Conselho de Administração da RTP precisou que a delegação portuguesa “reagiu de imediato quando viu que o vídeo não tinha entrado como os dos outros estavam a entrar, imediatamente após o fim da atuação, e a indicação que foi dada através de uma troca de e-mails é que havia um problema técnico"

"É nessa troca de e-mails que a pessoa que está a responder à nossa delegação disse 'mas a vossa concorrente tem motivos pró-Palestina pintados nas unhas'. Houve da nossa parte a pergunta 'o que é que isso tem a ver?' (…) e o que aconteceu é que imediatamente a seguir o vídeo entrou", explicou, referindo que a delegação continua em contacto com a organizadora e que está "à espera de saber as explicações mais cabais".

Ao ser interrogado sobre se pondera apresentar um protesto formal, o responsável frisou que é necessário ter consolidadas "as indicações do que se passou e se efetivamente houve um problema técnico ou se foi alguém que estava na 'régie' que propositadamente atrasou a entrada do vídeo no ar".

Nicolau Santos adiantou ainda que na terça-feira irá decorrer uma "reunião para analisar, com as pessoas que estiveram em Malmö" os aspetos que "devem ser corrigidos e debatidos a nível da Eurovisão", nomeadamente p facto de Israel ter ficado em primeiro na votação do público, quando antes se encontrava nos últimos lugares da tabela.

De notar que não foi só nas unhas que iolanda expressou o seu apoio à Palestina. O vestido que a artista utilizou durante o desfile das bandeiras na final - e que já tinha usado no domingo, no desfile na passadeira turquesa, onde também tinha as unhas com o padrão do 'keffiyeh' - é de uma marca palestiniana, chamada Trashy Clothing.

Recorde-se que a Suíça venceu a 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção, com 591 pontos, ao som de 'The Code', canção interpretada pelo artista Nemo. Portugal, por sua vez, alcançou o 10.º lugar, com 152 pontos, graças à canção 'Grito'. Em último lugar ficou a Noruega, representada pela banda Gåte, com apenas 16 pontos.

Durante a atuação da representante israelita, Eden Golan, ouviram-se vaias e assobios dentro da Malmö Arena.

Além disso, de acordo com jornalistas presentes na arena, Eden Golan também foi vaiada durante o desfile das bandeiras, no início da cerimónia, algo que não foi percetível na emissão televisiva.

Também a porta-voz de Israel que anunciou a pontuação dada pelo júri daquele país às canções em competição foi vaiada pelo público presente na Malmö Arena.

A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção fica marcada pelo conflito israelo-palestiniano, que dura há décadas, mas intensificou-se após um ataque do grupo palestiniano Hamas em Israel, em 07 de outubro, que causou quase 1.200 mortos, com o país liderado por Benjamin Netanyahu a responder com uma ofensiva que provocou mais de 34 mil mortos na Faixa de Gaza, segundo balanços das duas partes.

Este ano o concurso começou com 37 países, e 25 chegaram à final. Deveriam ter sido 26, mas o representante dos Países Baixos, Joost Klein, foi desqualificado pela organização, devido a um incidente durante a segunda semifinal do concurso.

Além da Suíça, Croácia, Ucrânia, Israel e Portugal, participaram na final do 68.º Festival Eurovisão da Canção: Suécia, Alemanha, Luxemburgo, Lituânia, Espanha, Estónia, Irlanda, Letónia, Grécia, Reino Unido, Noruega, Itália, Sérvia, Finlândia, Arménia, Chipre, Eslovénia, Geórgia, França e Áustria.

Leia Também: No vestido e nas unhas, iolanda levou a Palestina à Eurovisão

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