Joost Klein, o representante dos Países Baixos na 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção que foi expulso do concurso, deverá ser acusado por ter feito ameaças ilegais, de acordo com a polícia sueca.
O cantor de 26 anos, recorde-se, faltou a dois ensaios gerais do concurso na sexta-feira e a sua expulsão foi anunciada na manhã de sábado, horas antes da grande final. Segundo a União Europeia de Radiodifusão (UER), em causa esteve uma "queixa apresentada por um membro feminino da equipa de produção após um incidente da sua atuação na semifinal de quinta-feira".
"Não estamos a fazer juízos prévios sobre o processo judicial mas, enquanto este decorre, não seria apropriado que ele continuasse no concurso", lia-se em comunicado.
À agência de notícias The Associated Press (AP), o porta-voz da polícia sueca, Jimmy Modin, indicou que a investigação já terminou e que a decisão sobre as acusações deverá ser tomada "dentro de algumas semanas".
Já o agente da polícia responsável pelo caso, Emil Andersson, referiu à emissora sueca SVT que é esperado que "haja provavelmente uma ação judicial" e que deverá ser acionado um processo legal de "acusação acelerada", uma vez que a altercação não envolveu um crime mais grave.
A imprensa sueca avançou inicialmente que o cantor neerlandês terá agredido uma fotógrafa no fim de um dos ensaios gerais de sexta-feira. Já esta segunda-feira, o tablóide Aftonbladet, indicou que Joost Klein terá partido a câmara da fotógrafa.
No entanto, a emissora Avrotros, dos Países Baixos, garantiu que, "contra acordos claramente estabelecidos, Joost foi filmado quando tinha acabado de sair do palco e tinha de se dirigir à 'green room'".
"Nesse momento, Joost indicou repetidamente que não queria ser filmado. Este facto não foi respeitado. Isto levou a um movimento ameaçador de Joost em direção à câmara. Joost não tocou na mulher da câmara", disse a Avrotros, garantindo que "consultou extensivamente" a UER e "propôs várias soluções", mas a decisão de desqualificar o artista foi tomada na mesma.
A expulsão surgiu também após o cantor neerlandês ter protagonizado um momento tenso com a representante de Israel, Eden Golan. Numa conferência de imprensa, um jornalista polaco questionou a artista israelita sobre a sua responsabilidade no maior nível de alerta terrorista que se vive em Malmö. "Ao estar aqui, é um risco para a segurança e um perigo para todos. Não se importa com isso?", perguntou.
O moderador da conferência de imprensa lembrou Eden Golan de que não era obrigada a responder à questão. "Por que não?", questionou o artista dos Países Baixos em voz alta. O episódio viralizou nas redes sociais.
Joost Klein in Europapa:
— Ella Travels (Ella Kenan) (@EllaTravelsLove) May 10, 2024
"I don't care who you are, I don't care where you're from"
Also Joost Klein:
"Why not" after the Polish journalist blamed Eden Golan for all the threats she gets by radical Islamists, all the while he covers his head with the Dutch flag.
So… pic.twitter.com/aCbOvDiB82
Joost Klein representou os Países Baixos com 'Europapa', um tema que é uma ode à Europa e a um mundo sem fronteiras, além de uma homenagem aos pais que morreram quando o cantor era adolescente.
Segundo dados revelados na madrugada de sábado, 'Europapa' alcançou o segundo lugar na segunda semifinal do evento, que decorreu na quinta-feira, ficando apenas atrás de Israel.
A 68.ª edição do Festival Eurovisão da Canção realizou-se em Malmö, na Suécia, entre os dias 7 e 11 de maio e, apesar das críticas devido à participação de Israel, acabou por ganhar a Suíça, o país mais neutro do mundo, com Nemo e 'The Code'.
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