Companhia Nacional de Bailado reabre Teatro Camões em outubro

A Companhia Nacional de Bailado (CNB) vai reabrir o Teatro Camões em outubro com os espetáculos "The Look" e "Supernova", de Sharon Eyal e a dupla Iratxe Ansa/Igor Bacovich, coreógrafos que entram pela primeira vez no seu repertório.

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Lusa
25/07/2024 19:58 ‧ 25/07/2024 por Lusa

Cultura

Teatro Camões

A estreia nacional do programa com as duas coreografias está prevista para 17 de outubro, com apresentações interpretadas pelos bailarinso e bailarinas da CNB até 27 de outubro, segundo a nova temporada da companhia para 2024-2025, a que a agência Lusa teve hoje acesso.

 

Antes da reabertura do Teatro Camões - encerrado desde janeiro para obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num investimento de 5,8 milhões de euros - a temporada da CNB abre com "Cantata", de Mauro Bigonzetti, que presta homenagem à cultura popular italiana e à sua tradição musical, em Sintra, Centro Cultural Olga Cadaval, a 04 de outubro.

O desenho da nova programação tem ainda a assinatura de Carlos Prado, diretor artístico até ao final de agosto, e estará sujeita a modificações pelo novo dirigente, o coreógrafo e professor Fernando Duarte, atualmente co-diretor artístico da companhia Dança em Diálogos, escolhido por concurso internacional, que inicia funções a 02 de setembro, indica a CNB.

A temporada 2024/2025 vai propor ao público dois bailados clássicos. O primeiro, "Alice no País das Maravilhas", uma produção CNB com coreografia de Howard Quintero e música de Tchaikovski, será acompanhada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa dirigida por José Eduardo Gomes, em dezembro.

A outra peça clássica, "Coppélia", bailado inspirado na obra homónima de Hoffmann, que volta a ser dançado pela CNB quinze anos após a última apresentação, será acompanhado pela Orquestra de Câmara Portuguesa, com direção musical de Pedro Carneiro, em abril.

"Le Chef D'Orchestre", de Paulo Ribeiro, coreografias de William Forsythe, Andrew McNicol, Geogre Balanchine - que estreia "Stravinsky Violin Concerto" -, Hofesh Shechter, Vasco Wellenkamp e Ohad Naharin entram também na nova temporada.

Para assinalar a reabertura do Teatro Camões, encerrado durante oito meses para obras do PRR, a direção da companhia escolheu peças inéditas em Portugal, uma delas assinada pela coreógrafa Sharon Eyal, nascida em Israel e com base em Paris, que "combina rigor técnico e uma expressividade visceral", em obras que "exploram relações contrapostas como a individualidade e o coletivo, o orgânico e o artificial".

Neste programa, Eyal apresentará "The look", criada em 2019 para a companhia Batsheva Dance, e a dupla Ansa/Bacovich, cujos caminhos se cruzaram em 2013, trará o espetáculo "Supernova", um reflexo do "caminho particular" desenvolvido pelos cruadores, "apostado numa linguagem coreográfica que tem por base um método próprio, de criações dinâmicas, numa manifestação de emoção e tensão".

Em junho será a vez do programa "Walking Mad/Cacti", duas obras contemporâneas dos bailarinos e coreógrafos suecos Johan Inger e Alexander Ekman, este último "conhecido pelas suas criações originais e inovadoras e a sua abordagem teatral e visual, em espetáculos que desafiam as convenções tradicionais da dança", aponta o texto da CNB sobre a nova temporada.

A CNB estreou "Cacti", de Ekman, em 2023, e volta agora a dançar esta obra num programa que junta "Walking Mad", de Johan Inger, cuja obra se destaca "por uma grande profundidade emocional, com a condição humana e as suas relações frequentemente ponto de partida" no seu trabalho.

A 27 de novembro, a CNB irá apresentar "Le Chef D'Orchestre", do coreógrafo português Paulo Ribeiro, no grande auditório da Gulbenkian, a convite desta fundação, na primeira cerimónia de entrega do prémio Salavisa European Dance Award.

Um programa dos coreógrafos Forsythe, McNicol e Balanchine terá palco no Teatro Camões, com a novidade da coreografia de George Balanchine - "Stravinsky Violin Concerto" - uma estreia na companhia, com música ao vivo, pela Orquestra Sinfónica Portuguesa dirigida por José Eduardo Gomes.

O programa inclui ainda as obras "Workwithinwork", de William Forsythe, e a criação de Andrew McNicol "Upstream", com música de Peter Gregson, criada para a CNB e inspirada na luz de Lisboa e no Tejo.

A temporada fecha com o programa dos coreógrafos Hofesh Shechter ("Uprising"), Vasco Wellenkamp ("Sinfonia dos Salmos") e Ohad Naharin ("Minus 16"), que circulou pelo país na temporada de 2023/2024, e que será agora apresentado em Lisboa, no Teatro Camões, entre 17 e 20 de julho de 2025.

Fernando Duarte, cofundador da companhia Dança em Diálogos, foi escolhido através de um concurso internacional lançado em março deste ano. Nascido em Lisboa, em 1979, estudou na Academia de Dança Contemporânea de Setúbal, sob orientação dos professores Maria Bessa e António Rodrigues, estagiou na Companhia de Dança Contemporânea, foi bailarino principal da CNB e solista no Ballet Nacional da Noruega.

A programação completa da temporada 2024/2025 irá ficar disponível disponível no novo sítio 'online' da CNB, em cnb.pt.

Leia Também: Morreu a atriz Dora Leal, nome destacado do teatro de revista

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