Fundado em 1971, o festival visa incentivar a investigação, execução e a preservação de obras barrocas croatas por artistas locais e estrangeiros, como se lê no seu 'site' na Internet.
A Orquestra Barroca Casa da Música, sob a direção musical do cravista Laurence Cummings, com a soprano Sara Braga Simões como solista, abre o Festival na próxima sexta-feira, na Catedral de Varazdin, apresentando um programa que inclui obras do português António Leal Moreira, do italiano David Perez, que residiu e morreu em Lisboa, onde foi compositor da corte, do croata Luka Sorkocevic e do germânico Johann Sebastian Bach, de quem será inetrpretado o Magnificat.
De Leal Moreira o programa inclui uma ária de Febade da ópera "L'Imenèi di Delfo", a abertura da ópera "Siface e Sofonisba", recitativo e ária da ópera "Ascanio in Alba" ("Ferma, aspetta, ove vai... Infelici affetti miei"), e "Misera me...", da ópera "Gli Eroi Spartani". De David Perez, foi escolhida a Sinfonia "La tempestad del mar".
A orquestra portuguesa apresenta-se com o Coro da Rádio Televisão da Croácia, e "o programa remete para um concerto histórico que o próprio Leal Moreira dirigiu, nas exéquias da rainha Maria I, em 1816, em que juntou música sua, do seu famoso contemporâneo Mozart e de David Perez, compositor italiano que marcou a vida musical de Lisboa no século XVIII", afirma em comunicado a Casa da Música.
No dia seguinte, no Castelo de Trakoscan, atuam Filipe Faria e Sérgio Peixoto, que formam o ensemble Sete Lágrimas, e apresentam "Diáspora. Sons do Velho e Novo Mundo", um programa que traduz a diáspora portuguesa pelo mundo, através dos séculos, da expressão tradicional de canções de Idanha-a-Nova, a cantigas do rei Dinis e de Manuel Machado, a testemunhos recolhidos em locais distantes, do Japão a Timor e Macau.
O violinista Carlos Damas atua com a Orquestra de Câmara de Varazdin, também no sábado, no Teatro Nacional da cidade croata. O programa a apresentar, sob a sua direção musical, inclui obras de Carlos Seixas, Antonio Vivaldi, Georg Philip Teleman e de Amando Ivancic.
No dia 24, na Igreja de S. Nicolau, a violoncelista Isabel Vaz apresenta-se com o violinista Sreten Krstic, da Filarmónica de Munique, o cravista Franjo Bilic, e os Solistas de Zagreb, num programa que inclui peças de Amando Ivancic, Arcangelo Corelli, Antonio Pollicarppi, William Boyce e Charles Avison.
Atualmente a residir em Amesterdão, Isabel Vaz faz parte dos Noord Nederlands Orkest desde 2015, e toca regularmente com o pianista Vasco Dantas.
No dia 25, no Teatro Nacional, Miguel Jalôto toca com a Young European Talent Orchestra, composta por 30 alunos de escolas de música da associação YMTE-Barratt Due, entre elas a Escola Profissional de Artes da Covilhã e a Escola de Música de Varazdin. A orquestra foi criada por iniciativa dos membros da associação Young Music Talents (YMTE), da Escola de Música de Varazdin e dos organizadores do Festival.
Laura Vadjon, a primeira artista croata especializada em violino barroco, é a diretora artística deste projeto.
O cravista Miguel Jalôto dirige o seu próprio conjunto, o Ludovice Ensemble. Mestre em Música, pela Universidade de Aveiro, frequenta atualmente o doutoramento em Musicologia Histórica na Universidade Nova de Lisboa.
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