A cremação está marcada para as 11h30 de quinta-feira, no Crematório da Quinta do Conde do Cemitério Municipal de Sesimbra.

Rogério de Carvalho morreu no sábado à noite no Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde estava internado desde o passado dia 15 na sequência de um acidente vascular cerebral.

Nascido em setembro de 1936, em Gabela, Angola, Rogério de Carvalho dedicou a sua carreira de quase 60 anos no teatro a textos de dramaturgos como Jean Genet, Bernard-Marie Koltès, Rainer Werner Fassbinder, Howard Barker, Eugene O'Neill e Anton Tchekhov, sem esquecer clássicos como Molière e Gil Vicente, nem tão pouco origens do drama, de Platão a Eurípides e Ésquilo.

O encenador iniciou a carreira ainda enquanto aluno do Conservatório Nacional de Lisboa, atual Escola Superior de Teatro e Cinema, na qual lecionou até 2007.

Reconhecido pela exigência a que se impunha, Rogério de Carvalho foi distinguido com o Prémio Almada 2001 e com o Grande Prémio da Crítica em 2012, por espectáculos que dirigou para as companhias Ensemble e 'As Boas Raparigas vão para o céu, as más para todo o lado', projeto teatral de que foi diretor artístico, na cidade do Porto.

Trabalhou regularmente com a Companhia de Teatro de Almada e com o Teatro Griot, o Teatro Oficina e A Escola da Noite, entre outras companhias, e dirigiu espetáculos para os teatros nacionais D. Maria II e São João.

Acompanhou a formação de sucessivas gerações de teatro universitário, em Braga e no Porto, destacando-se o seu trabalho com o Teatro dos Estudantes d Universidade de Coimbra (TEUC), através da direção de peças como 'O Sonho', de August Strindberg, e 'Oresteia', de Ésquilo.

Breyten Breytenbach, Peter Handke, Arthur Schnitzler, Pierre de Marivaux foram outros dramaturgos que pôs em cena nos palcos portugueses.

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