Prémio Leya vai para 'Pés de Barro' de Nuno Miguel Silva Duarte

O romance de Silva Duarte tem como pano de fundo a construção da primeira ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e dá "um retrato do Portugal dos anos 1960".

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Notícias ao Minuto com Lusa
06/11/2024 12:28 ‧ há 3 semanas por Notícias ao Minuto com Lusa

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O romance 'Pés de Barro', do português Nuno Miguel Silva Duarte, venceu o Prémio Leya, no valor de 50 mil euros, na edição mais concorrida desde sempre, com 1.123 candidatos, foi anunciado esta quarta-feira.

 

Dos 1.123 candidatos, de 15 países, foram selecionados oito finalistas, tendo saído vencedor 'Pés de Barro', ao qual o presidente do júri, Manuel Alegre, se referiu como "uma obra que atualiza a tradição do romance político-social".

O romance de Silva Duarte tem como pano de fundo a construção da primeira ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e dá "um retrato do Portugal dos anos 1960".

"Por um lado, a formação de um exército proletário para a construção da ponte, por outro, as primeiras partidas do exército para a guerra colonial", disse Manuel Alegre.

"'Pés de Barro' polariza o seu realismo histórico no quotidiano de um pátio em Alcântara e nas razões de viver dos que nele se acolhem", disse Manuel Alegre, realçando que o romance "encaminha-se para o anúncio metafórico do 25 de Abril".

Nuno Miguel Silva Duarte, de 52 anos, nasceu em Sintra, no distrito de Lisboa, e é publicitário há cerca de 30 anos.

O júri do Prémio Leya foi presidido pelo escritor Manuel Alegre, tendo ainda sido constituído pelo professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra José Carlos Seabra Pereira, pela jornalista e crítica literária Isabel Lucas, pelo ex-reitor da Universidade Politécnica de Maputo Loureço do Rosário, pela poetisa e historiadora angolana Ana Paula Tavares e pela jornalista e historiadora brasileira Josélia Aguiar.

Dos 1.123 originais recebidos, o maior número veio do Brasil (708), seguindo-se Portugal (350) e, em terceiro, Moçambique (19).

O Prémio Leya foi criado em 2008 com o objetivo de distinguir um romance inédito escrito em português, sendo o prémio literário com o maior valor pecuniário para romances inéditos em língua portuguesa.

No ano passado, o vencedor foi o escritor brasileiro Victor Vidal, com a obra 'Não há pássaros aqui'.

O primeiro vencedor, em 2008, foi o brasileiro Murilo Carvalho com 'O Rastro do Jaguar'.

Portugal com sete escritores distinguidos, é o país mais galardoado, seguindo-se o Brasil com quatro e Moçambique com um. Em três edições, o prémio não foi atribuído, em 2015, 2019 e 2020.

A portuguesa Gabriela Ruivo Trindade é a única mulher distinguida até à atual edição. O romance 'Uma Outra Voz' valeu a Ruivo Trindade o Prémio Leya em 2019.

Leia Também: Leya fecha livrarias no Porto, Aveiro e Viseu devido a valores de renda propostos

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