"Esta medida do BE aprovada na quinta-feira, na AR, é fundamental para a preservação da segunda língua oficial portuguesa. O Bloco ficará atento sobre a execução orçamental da verba destinada para a instituição e para o início do funcionamento da entidade promotora da Língua Mirandesa", refere o partido numa nota enviada à agência Lusa.
Segundo os bloquistas, a proposta vai no sentido de o Governo adjudicar o investimento necessário para operacionalizar estratégias de proteção e promoção da língua mirandesa como língua viva, promovendo a criação de uma unidade orgânica própria.
O BE explica que a proposta aprovada, no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado, contou com os votos a favor do BE, Livre, Partido Socialista, PCP, IL e PAN, com a abstenção do Chega e os votos contra do PSD e CDS-PP.
Para o BE, a preservação da língua mirandesa é não só uma questão cultural e de identidade, mas indissociável de qualquer estratégia de desenvolvimento regional, fulcral para o progresso económico das suas instituições e da melhoria de vida dos seus habitantes.
"É também uma poderosa ferramenta para o combate o despovoamento da região, contribuindo para o reforço do vínculo dos mais jovens com a sua terra", justifica.
Há 25 anos que o mirandês foi reconhecido oficialmente, através da lei 7/99 que fazia da língua a segunda oficial no país, aprovada a 17 de setembro de 1998 e que entrou em vigor com a publicação em Diário da República a 29 de janeiro de 1999.
O BE relembra o estudo efetuado pela Universidade de Vigo (UV), de 2023, previa a possibilidade de extinção da língua próximo do ano 2050.
"Infelizmente, a Língua Mirandesa corre sérios riscos, apesar de todo o empenho do povo da Terra de Miranda, da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa, do município e do Agrupamento de Escolas de Miranda do Douro", indica o BE.
Leia Também: OE2025. Aprovadas oito propostas para o setor da Cultura