Exoneração? "Não vejo que princípio (do respeito) tenha sido seguido"

A ex-presidente do CCB foi exonerada do cargo a 29 de novembro, dois dias antes de completar um ano na sua função.

Notícia

© Global Imagens

Notícias ao Minuto
16/12/2024 08:17 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto

Cultura

CCB

A antiga ministra da Cultura, Graça Fonseca, afirmou que "não se percebem bem os motivos" da exoneração da presidente do Centro Cultural de Belém (CCB), Francisca Carneiro Fernandes, acrescentando que "não sabemos" quais são os critérios da exoneração e que, por isso, "significa que não foi devidamente comunicado" .

 

No programa Principio da Incerteza da CNN Portugal, onde esteve como convidada, Graça Fonseca realçou que "qualquer exoneração tem de cumprir dois princípios que me parecem importantes: ter critérios substantivos, porque é que há uma exoneração" e, por outro lado, "que seja suficiente e adequadamente comunicado porque é que há uma exoneração". 

"Qualquer exoneração, mas na Cultura em particular, tem impactos muitos sérios e muito fortes naquilo que é a política pública do setor", salienta a antiga ministra, acrescentando que acredita que "há algo que é o princípio de respeito e lealdade com pessoas que aceitaram cargos públicos".

Graça Fonseca frisa também que o "CCB é uma instituição pública" e que diz acreditar que "nestes casos, mesmo que se queira substituir os dirigentes, há um princípio de respeito por quem lá está. Não vejo que esse princípio tenha sido, neste caso, seguido". 

A antiga ministra vai mais longe dizendo que "é uma exoneração que é feita um bocadinho 'last minute'" e que "as exonerações têm sido feitas naquele último dia antes de se cumprir um ano".

Acrescenta também que as exonerações "têm um impacto enorme do ponto de vista político", explicando que "cada vez que se exonera ou que se muda a direção de uma instituição há uma perda enorme de tempo e há uma perda de eficácia do ponto de vista da continuidade das políticas públicas". 

Graça Fonseca destaca ainda que não vê ser discutido "qual é que é a política para a direção geral das Artes, o que é está a acontecer com os apoios às artes" ou até "qual é a política pública de cinema", criticando que "quando se transforma a exoneração de um dirigente, neste caso um presidente de uma fundação, num caso político [...] é uma forma de não se falar de mais nada".

A antiga ministra da Cultura, que esteve no cargo quase quatro anos, afirma ainda que "há um dever que temos, quando assumimos funções, de procurar trabalhar com pessoas que já estão a desenvolver esse trabalho", destacando que "neste caso [...] parece-me que não foi dado o tempo suficiente para perceber se era possível trabalhar ou não".

De recordar que a ex-presidente do CCB, Francisca Carneiro Fernandes, foi exonerada do cargo pela ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, no dia 29 de novembro, a dois dias de completar um ano como presidente. 

Francisca Carneiro Fernandes tinha sido escolhida para o cargo pelo anterior ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva. 

Leia Também: CCB? "Ministra da Cultura está insegura, sem trabalho para apresentar"

Partilhe a notícia


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas