O diretor-geral da Alma dos Livros, Ricardo Antunes, afirmou que esta é "uma aposta numa linha mais literária, um passo oportuno e natural", algo que a editora desejava "desde há muito" pois a sua "estratégia sempre foi abranger diferentes públicos e géneros literários".
"A nova coleção, por ser mais literária e como forma de a distinguirmos, foi assim internamente chamada - Alma Literária -, de modo casual, mas oficialmente não tem nome", disse o editor à agência Lusa.
A nova coleção será dirigida pelos editores da Alma dos Livros, Ricardo Antunes e Sara Nabais, sem um design específico, pois são "processos diferentes de design entre capas e miolos, com intervenientes externos e internos", disse a mesma fonte, sublinhando que "foi feito um trabalho conjunto".
Depois de 'A Ilha Onde as Mulheres Voam', a coleção Alma Literária, oficialmente sem nome, vai publicar, em fevereiro próximo, 'Homens Sem Regras', de Edward Cahill, vencedor do Prémio Best Indie Book LGBTQ+ Fiction/2023, um romance "ambientado na subcultura 'gay' de Nova Iorque no período dos anos 1960", em que "o destino de três homens é jogado em conjunto quando são surpreendidos pela polícia num bar da Village".
Outro título a publicar, também em fevereiro, é 'Já Não És Meu Filho', de Jonathan Corcoran, que foi finalista do Lambda Literary Award e nomeado para o The Story Prize.
Para a editora, esta coleção tem por objetivo "desmistificar quem pode ou não aceder a determinada literatura, pelo seu autor, tema ou aspeto".
"O nosso objetivo é oferecer a todos os leitores uma profunda experiência literária, sejam leitores experientes ou não; basta que se queiram entregar".
A coleção reunirá "belíssimas pérolas que entrarão suavemente na correnteza das livrarias. É uma coleção com assuntos diversos, mas com um pano de fundo semelhante no seu requinte literário, personagens fortes e inesquecíveis, que compõem obras com capacidade de igualarem o nível dos clássicos modernos".
A coleção não tem ainda autores nacionais previstos, mas projeta publicar "quaisquer autores, de qualquer nacionalidade, desde que tenham para oferecer aquilo que pretendemos dar aos nossos leitores com esta coleção: o clássico destinado a ser intemporal, o extravagante universal, a riqueza contemplativa das histórias, o sublime da condição humana".
Os editores preveem publicar dois títulos novos da coleção, mensalmente.
Em fevereiro, além do romance de Jonathan Corcoran, está prevista a publicação de 'Uma Árvore no Céu de Brooklyn', de Betty Smith, que se estreia no mercado nacional, "um clássico norte-americano que 'vai direto ao coração da vida', citando o The New York Times, sendo considerado um dos 100 livros mais influentes da literatura".
A coleção tem também prevista a publicação de 'As Damas de Kimoto', de Sawako Ariyoshi, uma narrativa que decorre "entre finais do século XIX e meados do XX, quase setenta anos de história são descritas nas delicadas páginas desta belíssima saga familiar, o fim da era Meiji, a guerra japonesa, a II Guerra Mundial [1939-1945] e a sua devastadora herança".
"Uma história de quatro mulheres divididas entre a tradição e a modernidade", acrescentou.
A lista de títulos a publicar inclui, entre outros, 'No Country for Love' (título original), de Yaroslav Trofimov, "uma comovente saga familiar que tem como pano de fundo a Ucrânia de meados do século XX, inspirada na vida da avó do autor", 'A Crime in the Land of 7,000 Islands' (título original), de Zephaniah Sole, pseudónimo literário de um agente do FBI, um "livro de forte pendor policial", que "explora temas complexos como o tráfico humano e o abuso de crianças", e ainda 'A Lei do Inverno', de Gemma Ventura Farré, que lhe valeu, em 2023, o Prémio Josep Pla.
'The History of Sound', de Ben Shattuck, e 'Salt Water', de Charles Simmons, autor distinguido com o Prémio William Faulkner, são outros títulos previstos.
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