O Play é o Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa, que chega à 12.ª edição no Cinema São Jorge e Cinemateca Portuguesa, com filmes vindos de várias geografias e realidades, e que, segundo a organização, "exploram temas como inclusão, sonhos e adolescência".
Distribuídos por sessões para diferentes faixas etárias, desde o primeiro ano de vida até aos 16 anos, o Play propõe ainda uma preenchida agenda de atividades e oficinas para estes públicos, como, por exemplo, fazer dobragem de vozes ou experimentar as técnicas de cinema de animação.
Muitas das atividades e das sessões deste ano inspiram-se na obra da poeta Sophia de Mello Breyner Andresen, na qual a organização diz encontrar várias referências à infância, em particular nos contos para crianças.
Embora no sábado haja atividades desde as 11:00, a sessão oficial de abertura do Play, no Cinema São Jorge, será com o filme "Guitarra à deriva", uma produção franco-suíça de Sophie Rose, e com uma apresentação dos destaques desta edição do festival.
Sendo já o cine-concerto um momento central do Play, este ano cabe à cantora Joana Espadinha musicar ao vivo, no dia 22, uma sessão com quatro curtas-metragens de animação da Letónia, produzidas pelo estúdio de animação de marionetas Animacijas Brigade, com a técnica 'stop-motion'.
Rússia, Arménia, Equador, Turquia, Coreia do Sul são alguns dos países de onde foram escolhidos os filmes deste ano, contando ainda com várias obras portuguesas, como "Conseguimos fazer um filme", de Tota Alves, "T-Zero", de Vicente Niro, "Percebes", de Alexandra Ramires e Laura Gonçalves, e "A menina com os olhos ocupados", de André Carrilho.
O cinema para bebés é feito de filmes muito curtos, alguns sem palavras e em sessões que duram no máximo 15 minutos, para permitir um primeiro contacto destes espectadores com o cinema.
Durante o festival Play, no programa dedicado a encontros da indústria do cinema, serão apresentadas as conclusões de um estudo europeu sobre os interesses das crianças e dos jovens pelo cinema.
O estudo, quantitativo e qualitativo, foi desenvolvido num projeto de investigação liderado pela fundação alemã KIDS Regio, que envolveu 374 crianças de 12 países europeus, incluindo Portugal.
De acordo com o estudo, divulgado à Lusa, as crianças e os jovens "não se veem a si próprios como espectadores passivos, mas sim como consumidores ativos e curiosos", que não querem que os adultos decidam o que é interessante para eles e que põem em causa o rótulo de "filmes para crianças".
"As plataformas de 'streaming' e de redes sociais tornam-se frequentemente portas de entrada para mergulhar nas suas curiosidades, mas também locais onde moldam as suas preferências", refere o estudo.
Os dados para este estudo foram recolhidos entre junho de 2023 e maio de 2024, combinando contributos de 374 crianças de 12 países europeus e entrevistas com 18 especialistas da indústria cinematográfica infantil dos respetivos países.
O Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa termina no dia 23.
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