Para a titular da Cultura, Dalila Rodrigues, numa declaração enviada às redações, reconhece em António Jorge Pacheco, como "defensor de um modelo de programação com base em estruturas de produção próprias", é o "responsável por uma mudança no paradigma da vida musical do Porto", que transformou "a cidade num centro de decisão e criação musical com amplas repercussões a nível nacional e internacional".
António Jorge Pacheco, diretor artístico e de educação cessante da Casa da Música, que cede o lugar ao músico e programador francês François Bou, desempenhou estas funções desde janeiro de 2009, quando sucedeu ao pianista Pedro Burmester.
Na altura, António Jorge Pacheco era já coordenador da programação da Casa da Música, estando associado à criação da instituição. Coordenou a programação musical da Capital Europeia da Cultura Porto 2001 e desempenhou interinamente as funções de diretor artístico da Casa da Música entre novembro de 2005 e março de 2006.
Dalila Rodrigues percorre o currículo de António Jorge Pacheco desde o Grupo de Trabalho que veio a definir a Casa da Música, até ao legado da ação de 20 anos, na instituição que abriu ao público em abril de 2005: a criação da Orquestra Barroca, do Coro e do Coro Infantil, "o desenvolvimento da agora designada Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música", e a formação do Remix Ensemble, que remonta a 2000, "agrupamento de nova música que tem prestigiado internacionalmente a Casa da Música, os músicos e os compositores portugueses".
A ministra da Cultura lembra que, aos longo destas duas décadas, "121 compositores escreveram para a Casa da Música 260 obras, [...] colocando a instituição nas mais destacadas redes europeias de criação e divulgação da música", e "também o Serviço Educativo se robusteceu, assumindo um papel relevante de intervenção social e de ligação a diferentes comunidades".
O músico e programador francês François Bou foi convidado para diretor artístico e de educação da Casa da Música, no Porto, em novembro, na sequência de um concurso internacional.
De acordo com o conselho de administração da Fundação Casa da Música, "François Bou apresentou na sua candidatura uma visão clara do que pode ser o programa artístico", coincidindo "com as linhas estratégicas definidas pela instituição: um lugar aberto à sociedade e às questões do presente e futuro, um agente de qualificação da cidade e de profissionalização do trabalho artístico em Portugal, um meio valorizador da região e do país capaz de afirmar a cultura e as instituições portuguesas nos meios internacionais".
François Bou, nascido em França em 1960, iniciou estudos superiores em canto, comédia musical e arte lírica, no Conservatoire National Supérieur de Musique de Paris, depois de um bacharelato em Letras e de estudos de Direito. Trabalhou na Orquestra de Ópera de Lyon, sob a direção do maestro britânico John Eliot Gardiner, e no Ensemble Intercontemporain do compositor e regente francês Pierre Boulez.
No currículo estão também cargos de programação e gestão de produção em estruturas como a Ópera du Rhin, em Estrasburgo, a Ópera de Rouen e a Ópera-Comique de Paris. Em 1999, ingressou na Orquestra Nacional de Lille, de que viria a ser nomeado diretor-geral em 2014, depois de ter exercido funções similares na Orquestra Sinfónica de Barcelona i Nacional de Catalunya.
François Bou foi ainda administrador da Organização Europeia de Salas de Concerto (ECHO), membro do conselho de administração da Associação Espanhola de Orquestras Sinfónicas, vice-presidente da Associação Francesa de Orquestras da administração das Forces Musicales, sindicato profissional das óperas e orquestras da França.
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