Obra de Lourdes Castro em itinerância nacional com apoio da DGArtes

A exposição 'Como uma ilha sobre o Mar: Lourdes Castro', que esteve em exibição na Madeira, vai iniciar uma itinerância nacional com primeira apresentação nos Açores, em julho, no âmbito de um projeto apoiado pela DGArtes - Direção-Geral das Artes.

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© Getty Images

Lusa
02/03/2025 17:01 ‧ ontem por Lusa

Cultura

Exposição

A iniciativa tem como matriz comum a mostra homónima realizada no MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, localizado no concelho da Calheta, na zona oeste da ilha, entre 2022 e 2023, exposição que teve curadoria de Márcia de Sousa e motivou o desenho do projeto de itinerância nacional.

 

De acordo com informação divulgada recentemente pelos promotores do projeto, a primeira apresentação fora da Madeira será nos Açores, em São Miguel, no Arquipélago - Centro de Artes Contemporâneas (ACAC), em julho de 2025, com o título 'Lourdes Castro: À luz da Sombra'.

No primeiro trimestre de 2026, vai estar em exibição na Sociedade Nacional de Belas Artes.

A exposição apresentará uma seleção de aproximadamente 400 obras e documentos da artista natural da Madeira, que morreu aos 91 anos, em 08 de janeiro de 2022, disponibilizados pela família e várias instituições, entre as quais a Fundação Calouste Gulbenkian, a Fundação Serralves, o Museu de Arte Nacional de Arte Contemporânea e a Coleção Caixa Geral de Depósitos.

O projeto de itinerância nacional é financiado pela DGArtes - Direção-Geral das Artes, através da Rede Portuguesa de Arte Contemporânea (RPAC), contando também com o apoio do Governo Regional da Madeira, através da Secretaria de Economia, Turismo e Cultura, por via do MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, da Câmara Municipal da Calheta (Madeira), do Governo Regional dos Açores, por via do Arquipélago -- Centro de Artes Contemporâneas, e da Sociedade Nacional de Belas Artes.

A organização e produção são da responsabilidade do MUDAS.Museu de Arte Contemporânea da Madeira, sendo que o projeto envolve várias atividades pedagógicas e inclusivas, com a participação da companhia Dançando com a Diferença, e também a realização do II Congresso de Arte Contemporânea da Madeira, que decorre este ano entre as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.

"A obra de Lourdes de Castro é tão rica que entra em vários domínios de interesse, porque os seus trabalhos revelam estados de espírito, transportam uma mensagem muito forte, muitas vezes acutilante, ao mesmo tempo representam uma relação com a simplicidade que é difícil de encontrar", afirmou o secretário regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, na apresentação do projeto.

"Ela deixou-nos um infindável número de possibilidades, acima de tudo para nos fazer crescer", reforçou.

Lourdes Castro nasceu em 09 de dezembro de 1930, no Funchal, ilha da Madeira, uma paisagem natural que deixou aos 20 anos para estudar em Lisboa, mas onde regressaria a partir de 1983 para viver em permanência, criando ali o seu refúgio.

A natureza era uma das suas grandes paixões, e com ela viveu uma estreita ligação que se projetou e entrelaçou profundamente no seu trabalho, nomeadamente na série 'O grande herbário de sombras'/ 'Le grand herbier d'ombres' (1972), reeditado em outubro de 2020 pela Sistema Solar/Documenta, com a Fundação EDP -- Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia.

Lourdes Castro iniciou estudos no Colégio Alemão, mas, aos 20 anos, partiu em direção a Lisboa onde frequentou o curso de pintura da Escola Superior de Belas Artes (ESBAL), terminado em 1956.

Em 1958, foi-lhe atribuída uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, o que coincidiu e ajudou o início da revista, impressa à mão, em serigrafia, 'KWY' (1958-1963), de título composto por três letras que não existiam, na época, no alfabeto português, em torno da qual se formou o grupo homónimo de artistas que incluía também Jan Voss, Christo Javacheff, Costa Pinheiro, Gonçalo Duarte, José Escada e João Vieira.

A obra de Lourdes Castro foi celebrada por exposições de caráter antológico como 'Além da Sombra', na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, em 1992, e 'Lourdes de Castro e Manuel Zimbro: a Luz da Sombra', no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, no Porto, em 2010, reunindo mais de cinco centenas de peças da sua obra e da produção conjunta com Manuel Zimbro (1940-2003), seu companheiro por mais de 30 anos.

A artista madeirense foi galardoada com a Medalha de Mérito Cultural em 2020 pelo "contributo incontestável" para a cultura portuguesa.

Também foi condecorada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em junho de 2021, com as insígnias de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, "como reconhecimento de uma vida e uma obra notáveis, com prestígio internacional, que enobrece Portugal".

Leia Também: Libanesa al-Solh expõe feridas da guerra no Médio Oriente em Serralves

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