O novo museu, instalado no Palácio Condes da Ribeira Grande, na Rua da Junqueira, abrirá com 215 obras, cerca de um terço da coleção de Armando Martins, dispostas na exposição permanente e em duas temporárias na ala de um novo edifício.
A abertura de portas está prevista para as 10h00 de hoje e o encerramento para as 19h00, horário que se repetirá com entrada gratuita até segunda-feira, inclusive, segundo a organização.
Ao longo dos três dias o museu será palco de um programa de "mediação e participação", que inclui encontros de meia hora com uma seleção de obras chave da coleção incluídas nos percursos expositivos permanentes -- sob o título "Uma Coleção a Dois Tempos" - de duas das quatro galerias a inaugurar.
Na mostra permanente do museu dirigido pela historiadora de arte Adelaide Ginga estarão obras desde o período do naturalismo e a primeira geração modernista, as vanguardas - do Surrealismo à nova figuração -- as ligações entre paisagem e arquitetura.
Artistas como Paula Rego, Maria Helena Vieira da Silva, José Malhoa, Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Eduardo Viana, Pedro Cabrita Reis, Julião Sarmento, Rui Chafes, José Pedro Croft, Lourdes Castro, entre outros, estão representados na exposição permanente.
A obra mais antiga da coleção Armando Martins, exposta na primeira sala da galeria com a mostra permanente é assinada pelo artista José Malhoa (1855-1953), e intitula-se 'A sesta dos ceifeiros'.
Quanto a artistas estrangeiros, estão representados na coleção, entre outros nomes, Gilberto Zorio, John Baldessari, Albert Oehlen, Antoni Tàpies, Antonio Ballester Moreno, Juan Muñoz, Santiago Sierra, Pedro Reyes, Carlos Garaicoa, Marepe, Rosângela Rennó, Vik Muniz e Isa Genzken.
Na nova ala, num edifício contemporâneo, estão duas exposições temporárias, uma intitulada 'Antropoceno: em busca do novo humano?', explorando o impacto da atividade humana no planeta, e a segunda designada 'Guerra: realidade, mito e ficção', sobre a fragilidade e complexidade do mundo atual face a diversos conflitos geopolíticos à escala global.
O programa museológico inaugural inclui ainda o projeto MurMur, que convidará artistas emergentes a criar obras especificas para as grandes paredes da entrada do edifício novo, cuja primeira artista convidada é Marion Mounic, com a instalação 'Harem'.
O MACAM apresenta-se como um conceito inédito em Portugal, de um museu a funcionar também como hotel de cinco estrelas com 64 quartos, todos eles com obras de arte expostas.
"Este projeto é um museu que tem um hotel de cinco estrelas e não é um hotel que tem um museu. O hotel é para manter a sustentabilidade do projeto museológico", fez questão de sublinhar Armando Martins, colecionador e empresário, presidente do Grupo Fibeira, da área imobiliária, hotelaria e serviços, durante uma visita para jornalistas ao novo espaço cultural de Lisboa realizada na segunda-feira.
O MACAM possui um restaurante, uma capela dessacralizada, totalmente restaurada, que servirá de bar e de espaço de programação cultural de música, teatro e poesia.
Após a inauguração, o museu vai passar a estar aberto de quarta-feira a segunda-feira, das 10h00 às 19h00, com entradas em todas as exposições num bilhete único de 15 euros, bilhete combinado (exposição permanente + 1 temporária) a 12 euros, bilhete para exposição permanente a 8 euros, enquanto a visita de cada uma das exposições temporárias será de 6 euros.
Estão previstos descontos de 50% para jovens dos 13 aos 18 anos, estudantes até aos 25 anos, e público com mais de 65 anos, enquanto os professores terão desconto de 20%.
A entrada no MACAM será gratuita no primeiro domingo de cada mês entre as 10h00 e as 14h00.
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