No restaurante Rei do Choco Frito, um dos mais procurados pelos admiradores de choco frito, principalmente durante o verão, a proprietária, Mariana Santiago, diz que o segredo está na qualidade do choco, proveniente do mar do Norte e do Oceano Índico.
"Costuma-se dizer que o segredo está na massa, mas [o choco frito] não leva massa, leva farinha. Mas tentamos que a qualidade seja a base do produto, porque os chocos de Portugal, e mesmo de Setúbal, são mais pequenos. E não nos garantem as quantidades que gastamos, principalmente no verão", explicou Mariana Santiago.
Lila Sousa, uma brasileira que já domina a arte de fazer choco frito para os setubalenses, e para muitos forasteiros, confirma que não há segredos na confeção.
"Para fritar o choco só utilizamos óleo e banha. Se utilizarmos mais banha, queima menos o óleo. E o mesmo óleo dá para fritarmos duas ou três frigideiras", disse.
Os primeiros apreciadores de choco frito começam a aparecer ainda antes do meio-dia, alguns deles, como António Soares, para levarem o almoço para casa.
"Não há igual. Tenho comido [choco frito] em vários pontos do país, mas não há igual", disse António Soares, setubalense por adoção, mas que não dispensa o tradicional choco frito.
Pedro Gomes, português de origem cabo-verdiana, ocasionalmente também aproveita o facto de trabalhar perto para saborear o choco frito de Setúbal.
"Gosto de choco e ainda mais de choco frito. Como trabalho para estas bandas, venho aqui sempre que posso, tendo em conta a qualidade, o condimento", observou.
"Prefiro o choco frito aqui. Setúbal é uma zona de mar, é zona de peixe fresco", acrescentou Pedro Gomes, depois de mais um almoço na cidade do Sado.