Cândida Ventura nasceu a 30 de junho de 1918, em Lourenço Marques, atual Maputo. Em 1937, matriculou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, nesse mesmo ano, ingressou no Partido Comunista Português.
Ativista das lutas académicas de 1937 a 1939, participou também nas manifestações e greves de 1941.
Trabalhou com Álvaro Cunhal (1913-2005), fez parte do Bloco Académico Antifascista (BAAF), organização clandestina criada em finais de 1935, que visava combater o Governo da ditadura de António de Oliveira Salazar (1889-1970), e foi a responsável do Socorro Vermelho Internacional, na sua Faculdade.
Fez parte da Associação Feminina Portuguesa para a Paz e do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, e foi redatora no jornal O Diabo, fundado em junho de 1934, sob a direção de Artur Inês, "de cariz essencialmente artístico e literário", que também incluía "rubricas de política, economia, cinema", mostrando-se ainda "aberto à ciência", segundo informação do projeto Casa Comum, da Fundação Mário Soares.
Em 1943, terminada a licenciatura, Cândida Ventura "passou à clandestinidade, como funcionária do PCP e, em 1949, tornou-se membro do Comité Central" do partido, segundo a editora Bizâncio.
Após 17 anos na clandestinidade, foi presa em 1960 e saiu da prisão em liberdade condicional em 1963, por se encontrar em perigo de vida.
Em 1965, foi para Praga, capital da ex-Checoslováquia, como representante do PCP. Regressou a Portugal em 1975.
"Tendo testemunhado a Primavera de Praga e a ocupação, dedicou-se então a denunciar as condições de vida nos países de leste", segundo a mesma fonte.
Em Praga, colaborou na Revista Internacional, sob o pseudónimo de 'Catarina Mendes'.
Em 1976 abandonou o PCP e dedicou-se posteriormente ao ensino.
A obra 'O socialismo que eu vivi. Testemunho de uma ex-dirigente do PCP', com prefácio de Artur London (1915-1986), foi publicada originalmente em 1984.
A autora de 'Mulheres portuguesas na resistência', Rose Nery Nobre de Melo, traçou a 'Biografia Prisional' de Cândida Ventura nessa obra.
Cândida Ventura "pautou sempre a sua vida na luta pela liberdade e pelos direitos cívicos", remata a Bizâncio.