A 29 de setembro de 1964 foi publicada pela primeira vez uma tira de banda desenhada com uma personagem, na altura desconhecida, chamada Mafalda. A tira da menina de traços simples, cabelo negro farto e muito opinativa, era assinada pelo cartoonista Quino e foi publicada no semanário argentino Primera Plana.
Desde aí e até março de 1965, foram publicadas nesse jornal duas tiras semanais de Mafalda, que começou a ter uma enorme receção por parte dos leitores.
Inicialmente apenas Mafalda e os pais faziam parte das tiras, mas em 1965 aparece Filipe (o irmão). Também nesse ano, Mafalda muda-se do Primera Plana para o El Mundo (de Buenos Aires), sendo que na nova ‘casa’ começa a surgir diariamente e com novas personagens. Quase três anos depois, o El Mundo fecha portas e Mafalda teve de se mudar novamente.
Começou, então, a ser publicada seis meses depois, em junho de 1968, no Siete Días Ilustrado, onde permaneceu até junho de 1973, ano em que Quino resolve pôr fim à publicação das tiras da sua mais célebre personagem.
A partir dessa data foram poucas as vezes que voltou a desenhar Mafalda, abrindo exceção para campanhas de Direitos Humanos, como em 1976, quando fez um poster para a UNICEF a ilustrar a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
© UnicefNos anos 70, Mafalda internacionalizou-se, foi publicada por todo o Mundo e Portugal não fugiu à regra. Em maio de 1970, pela mão das Publicações Don Quixote, Mafalda começa a falar português, com uma edição de pequeno formato e em dezembro do mesmo ano era lançada a edição comemorativa dos 50 anos, com ‘Toda a Mafalda - Edição comemorativa dos 50 anos’, que inclui tiras de BD, artigos de opinião e textos a enquadrar a obra. Durante cinco anos foram editados um total de 18 livros em pequeno formato.
Sessenta e quatro anos depois da sua criação, a menina refilona, defensora da democracia, dos direitos das crianças, indignada com a existência da sopa e sempre a questionar a humanidade em prol de um mundo melhor, ainda se mantém presente, e continua a poder ser lida através das redes sociais. Mafalda está no Facebook, no Twitter e no Instagram e já foi traduzida em mais de 20 línguas.