A Comuna estreia a comédia 'Crise no Parque Eduardo VII'

O teatro A Comuna estreia, no dia 26, em Lisboa, a peça "Crise no Parque Eduardo VII", "uma comédia de uma crueldade bastante grande" sobre envelhecimento, inconformismo e afetividade, disse o encenador João Mota à agência Lusa.

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Lusa
17/10/2017 22:01 ‧ 17/10/2017 por Lusa

Cultura

Teatro

Baseada numa peça de Herb Gardner, 'Crise no Parque Eduardo VII' é protagonizada por Carlos Paulo e Igor Sampaio, no papel de dois idosos que passam os dias a resmungar e conversar sobre a vida, sentados num banco de jardim. O elenco integra ainda Hugo Franco, Elsa Galvão, Miguel Sermão e Maria Ana Filipe.

No palco d'A Comuna é recriado um jardim, com dois bancos, um candeeiro, umas escadas e o chão coberto de folhas outonais. É nele que os idosos, João e Hugo - como D. Quixote e Sancho Pança, comparou João Mota -, discorrem sobre a vida e discutem sobre os subterfúgios que um deles arranja para se manter ativo.

"Os velhos são más recordações! Falam demais, mesmo calados dizem demais. Os velhos parecem-se com o futuro e disso vocês não querem saber (...) Os velhos, os muito velhos, são autênticos milagres, tal como são os recém-nascidos. A beira do princípio é tão preciosa como a beira do fim", exclama Carlos Paulo, de bengala em riste, encarnando o comunista João.

No final do ensaio de imprensa, aos jornalistas, João Mota explicou que esta é uma peça que discorre sobre a forma como os mais velhos são encarados pela sociedade. É sobre "a falta de afetividade que esta sociedade tem, no fundo é isso".

'Crise no Parque Eduardo VII', que ficará em cena até 17 de dezembro, fecha o ciclo comemorativo de 45 anos de vida d'A Comuna Teatro de Pesquisa, iniciado em abril passado com 'Henrique IV', de Luigi Pirandello.

Dos fundadores, em 1972, permanecem atualmente, na equipa artística, João Mota e Carlos Paulo.

Os 45 anos d'A Comuna são assinalados em "anos difíceis", porque "não há uma política cultural em Portugal de cinema, dança, poesia, teatro, música. Não há. A política é uma coisa para projetar para daqui a vinte anos, trinta anos. Não se pensa nisso", lamentou João Mota.

Ainda assim, o encenador sublinhou uma "coragem de estar" do grupo de teatro, mesmo quando há atrasos de pagamentos: "A Comuna está sempre bem e estará sempre bem, mesmo sofrendo essas dificuldades todas".

 

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