O jornal espanhol Marca publica, este domingo, uma extensa entrevista com Miguel Layún, na qual o jogador, que representou o FC Porto entre 2015 e 2017, 'abre o livro' quanto à luta contra o cancro, que travou entre maio e junho.
O internacional mexicano, atualmente ligado ao Monterrey, assegura que, neste momento, faz "uma vida normal", mas admite que a notícia de que teria de ser operado para retirar um tumor maligno não foi fácil de aceitar.
"Foi um pouco estranho, porque não tinha nenhum sintoma. Aliás, as análises ao sangue não detetavam nada. Era um check-up geral que quis fazer com a minha mulher, porque ela normalmente não faz análises médicas. Estamos muito expostos a várias doenças e pedi-lhe que fosse, mas ela não estava muito convencida", recordou.
"Propus-lhe que a acompanhasse. No final, o diagnosticado fui eu. Quando me deram a notícia foi um banho de água fria. No início, falava-se de um quisto complexo. No entanto, uma semana depois, disseram-me que se tratava de um tumor", acrescentou.
Miguel Layún revela que "o tumor estava completamente encapsulado", pelo que "aquilo que os médicos fizeram foi removê-lo, retirar mais tecido mole e verificar, nas análises, se não tinha contaminado absolutamente mais nada. Não houve necessidade de quimioterapia e radioterapia porque foi detetado a tempo".
"Chegaram mensagens de pessoas próximas e até de adeptos de todos os sítios em que estive. De Portugal, de Sevilha, de Villarreal, do México... Iker Casillas e Óliver Torres escreveram-me, mas o que mais me surpreendeu não foi que as pessoas próximas tenham tirado tempo para mandar-me mensagens de encorajamento e de carinho, mas sim que o tenham feito aqueles que não tiveram a possibilidade de me conhecerem pessoalmente", admitiu.
"Deu-me uma perspetiva diferente. Abriu-me os olhos para muitas coisas. Cometemos pecados na vida, como o facto de não valorizar certas coisas que temos, fazemos ou conquistamos. O simples facto de estarmos aqui, vivos, com os nossos ente queridos, de ter uma oportunidade de lutar pelos nossos sonhos ou de deixar algo positivo a quem nos rodeia. Fez-me valorizar muito tudo isso, foi um despertar para mim", concluiu.