O Benfica não teve a estreia desejada na Liga dos Campeões. Os encarnados receberam o RB Leipzig e não evitaram uma derrota por 1-2, na 1.ª jornada do Grupo G da Champions. Uma derrota que coloca, para já, a formação das águias no último lugar do grupo, enquanto os alemães lideram, face ao empate entre Lyon e Zenit (1-1).
Numa primeira parte de grande equilíbrio, o jogo resolveu-se na segunda metade. Werner foi letal e apontou dois golos em 10 minutos, mas o Leipzig também pode agradecer a Gulácsi. O guarda-redes da formação alemã não fez uma exibição transcendental, até porque o jogo ofensivo do Benfica não foi sufocante, mas negou sempre com grande segurança o golo à equipa de Bruno Lage.
No cômputo geral, o Benfica podia (e devia) ter feito mais, mas será que as mudanças feitas no onze – Tomás Tavares, Cervi e Jota titulares – foram prejudiciais?
Figura do jogo: É incontornável. Timo Werner foi o jogador em maior destaque na partida. Até porque no novo formato da Liga dos Campeões, nunca um jogador tinha bisado na Luz como adversário. Dois golos e um instinto letal que promete dar muito que falar em relação ao internacional alemão.
Surpresa: Taarabt encheu o meio-campo do Benfica e foi, talvez, a melhor unidade das águias em todo o jogo. Não podemos falar em surpresa, porque já vem sendo um hábito a calma, a decisão acertada, a qualidade de circulação que oferece. Mas há que destacar que numa exibição coletiva longe de ser perfeita, a peça mais cintilante deste Benfica foi mesmo o médio marroquino. Um regresso à Liga dos Campeões – estava afastado da Champions há cinco anos – agridoce para Taarabt.
Desilusão: Quem muito quer, por vezes nada tem. Raul de Tomas tem de parar de se martirizar com a falta de golos. Nota-se, à distância, a ânsia do avançado espanhol em fazer balançar as redes, mas é algo que já começa a afetar o seu jogo. E quando assim é, nem sempre advêm daí coisas boas. RDT tentou demasiado chegar ao golo, por vezes, levando-o à precipitação de lances. Uma nota ainda para Jota. Lançado a titular pela primeira vez, logo na Liga dos Campeões, o jovem avançado sentiu o peso da responsabilidade. A vontade de dar nas vistas era muita, mas pouco correu bem ao jovem internacional português. Muitas perdas de bola – já levava 13 aos 35 minutos – e muitos duelos perdidos – 13 em 15 aos 58 minutos – mostram que nem sempre a vontade chega para brilhar. Dois jogadores distintos, dois casos que só necessitam de uma dose de confiança. Porque a qualidade… Essa está lá, não há dúvidas.
Bruno Lage: Quem olhou para o onze inicial do Benfica poderá ter pensado que Lage inventou demais. Explicou depois aquilo que era o seu objetivo com Cervi e Jota na frente, e assumiu que André Almeida não estava nas melhores condições físicas. Contudo, foram mudanças que tiveram impacto no jogo. Cervi e Jota não tinham muitos minutos e acusaram a falta de confiança. Por outro lado, decidiu bem nas substituições e o golo encarnado nasceu de dois jogadores que entraram na segunda parte. Rafa assistiu Seferovic para o único tento das águias.
Nagelsmann: Muitos tentaram adivinhar, inclusive o próprio Bruno Lage, o sistema tático que o Leipzig ia apresentar na Luz. O alemão deixou de lado o esquema de três centrais e apostou num 4x4x2 que resultou. Fez a sua equipa jogar de forma cerebral e deu a entender que, de facto, sabia os pontos fracos do adversário. As inúmeras vezes que os jogadores chegaram perto da linha e cruzaram de forma rasteira para trás, não foi ao acaso.
Árbitro: Quase passou despercebido até ao momento do segundo golo de Werner. Num primeiro momento, o árbitro auxiliar tinha assinalado fora de jogo, mas Tasos Papadopoulos quis recorrer ao VAR e fê-lo de forma acertada. O golo da formação alemã era legal e o grego corrigiu a decisão inicial de anular o tento.