Jorge Silas comunicou, esta terça-feira, que irá deixar o comando técnico do Sporting, minutos depois dos leões terem perdido em casa do Famalicão.
"Este foi o meu último jogo à frente do Sporting. Quero agradecer a oportunidade que me foi dada e o facto de me ter sido dada oportunidade de aprender coisas que se calhar nunca ia aprender. É uma decisão que começou a ser pensada logo a seguir ao jogo da Turquia e tomada na sexta-feira sem volta a trás por várias razões que não vou enumerar", começou por referir o agora antigo timoreiro dos leões.
"Foi um orgulho enorme representar o Sporting, acho que numa ou noutra situação podíamos ter feito mais, mas, se não fizemos, foi inconscientemente. Todos poderíamos ter feito mais. Esta decisão também se baseia a pensar no Sporting. O Sporting tem de começar a pensar na próxima temporada, para não voltar a ter dissabores como teve este ano. O mais natural é nós sairmos e espero que o Sporting comece a pensar em algum treinador que possa vir para o ano, que comece a trabalhar com estes jogadores e comece a pensar na próxima temporada, começar a pensar na ideia de jogo porque acho que isso é muito importante. O soberano é o melhor do Sporting", acrescentou.
Silas falou ainda sobre se a saída foi tomada por iniciativa própria e comentou a chegada do novo treinador Rúben Amorim.
"Não é relevante saber quem tomou a iniciativa. Não vou falar muito acerca disso. Sobre o Rúben digo o que dizia quando ele estava no Casa Pia: será um grande treinador, é jovem como eu, tem muito pela frente e para aprender, como eu. Vai precisar de muita ajuda de todos, vem para um desafio enorme. Como ex-colega dele e amigo dele desejo-lhe o melhor. Digo-lhe já que vai precisar de muita ajuda porque isto é um desafio para gente de coragem pelo contexto difícil que todos nós sabemos. A minha opinião dele como pessoa não preciso de dizer porque sou amigo dele, e como treinador todos sabem que vem para aqui um grande treinador ", atirou.
Questionado sobre a relação com o presidente Frederico Varandas e Hugo Viana, Silas salienta que sempre se sentiu apoiado pela direção leonina.
"Não me lembro em pensar em ficar ou sair antes do jogo na Turquia. Não acho que a Direção tenha feito algo de mal. Não é por isso que saio, saio porque entendo que todos temos ideias, eu tenho umas ideias e outros têm outras, e eu treino muito pelo prazer de treinar. Se não estou bem num sítio entendo que tenho de mudar e se o Sporting entende que não está bem com um treinador, também tem de mudar. A minha relação com o presidente e com o Hugo [Viana] é muito honesta e leal, não nos andámos a enganar e muito menos a prejudicar porque gostamos todos do Sporting, pelo menos de forma consciente, porque às vezes tomamos opções que prejudicam, mas ninguém quer perder um jogo, mas às vezes perdemos e isso prejudica sempre. As coisas estavam muito piores do que aquilo que estão agora. Houve uma evolução muito grande na equipa, eu acho que poderíamos ter evoluído mais, mas por uma ou outra razão não foi possível", sublinhou.