O documento, que engloba os 31 campeonatos europeus, incluindo o português, demonstra que a pandemia agravou a situação dos clubes financeiramente mais fracos, que "estão a lutar para sobreviver", enquanto os emblemas que investiram nas academias e na formação são aqueles que "têm mais possibilidade de ter sucesso" durante a pandemia.
"As equipas menores tiveram de reduzir as suas ambições ainda mais que as maiores. Para esses clubes, o futuro imediato é, mais do que nunca, de luta pela sobrevivência. Neste contexto, os clubes que construíram estruturas de treino e formação sólidos são aqueles que têm melhores condições para ter sucesso desportivo e financeiro", lê-se no estudo.
Por essa razão, em 2020, a utilização de jogadores com 19 anos ou menos atingiu os 4%, um aumento de quase 1% em relação ao ano anterior (3,2%). Em Portugal, esse número subiu de 1,2% para 1,5%.
A pandemia fez também subir a percentagem de jogadores estreantes nos 31 campeonatos, passando de 4,1% para 5,4% em relação a 2019. Na I Liga, esse valor subiu apenas 0,2% (4,7 para 4,9).
Em termos de contratações, no total das 31 Ligas, esse valor desceu para 40,7% (foi 43,2 em 2019 e 44,6 em 2018), número que também caiu em Portugal, de 53,4% para 49,8%.
Das cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Itália), só a Premier League registou uma pequena subida (0,6%). As restantes contrataram menos.
A covid-19 também manteve mais jogadores a atuarem no seu próprio país, número que vinha a aumentar todos os anos de 2009, mas que em 2020 caiu 0,6% para 41,2%.
O estudo avaliou os dados de 12.088 jogadores de 479 equipas, incluindo 474 dos 18 emblemas que disputam a I Liga portuguesa.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.275.113 mortos em mais de 51,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.