O Benfica empatou na segunda-feira diante do Santa Clara (1-1) e desceu ao terceiro lugar da I Liga, onde está em igualdade pontual com o FC Porto (28 pontos). A equipa orientada por Jorge Jesus continua sem convencer os adeptos, e as críticas têm subido de tom.
Afinal, qual tem sido o problema do Benfica para estar a ter dificuldades em "jogar o triplo" como prometeu o treinador? É impossível identificar um único problema até porque existem sempre vários pontos a corrigir, mesmo quando se ganham jogos. No entanto, é por demais evidente que a equipa encarnada tem estado muitos furos abaixo no que diz respeito à reação no momento da perda de bola e nas bolas divididas. Um problema que Darwin Núñez não se coibiu de comentar, tocando, talvez, numa ferida que teima em não sarar.
"Acho que na segunda parte entrámos um pouco adormecidos, sofremos golo, mas há que continuar a trabalhar e corrigir erros que fazem a diferença. Não conseguimos jogar, quando recuperámos a bola não tínhamos linha de passe, perdíamos e temos de melhorar nesse sentido. Depois, temos de estar mais fortes em cada bola dividida. Vamos treinar para no próximo jogo entrarmos mais fortes", referiu o avançado uruguaio, que marcou o único golo do Benfica em São Miguel, nos Açores.
Tem faltado agressividade à equipa do Benfica, principalmente no meio-campo, e particularmente nas segundas partes de cada jogo. A dupla Weigl-Taarabt tem funcionado, e estes são dois jogadores de inegável qualidade. Contudo, o marroquino tem demonstrado uma maior apetência para o erro nos segundos 45 minutos, provavelmente devido ao desgaste. Além disso, acaba por ser um elemento que se vai desleixando no processo defensivo à medida que o cansaço vai aumentando, deixando Weigl 'desprotegido'.
64' | Santa Clara 1-1 BenficaWeigl lidera em passes falhados (7), 4 deles em zonas de risco#LigaNOS #CDSCSLB pic.twitter.com/1zu7CGF8Lr
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O médio alemão esteve longe de realizar um excelente jogo frente ao Santa Clara, falhando alguns passes. O que normalmente acontece mais por parte de outros médios, como Taarabt ou Gabriel, jogadores que arriscam mais. No entanto, é após estas perdas de bola que o Benfica se vê limitado na criação de potenciais jogadas perigosas. Ora, se a equipa perde a bola e não recupera, mais dificilmente chega ao golo.
E, por exemplo, ao minuto 60 do encontro frente ao Santa Clara, era bem visível a dificuldade do Benfica em criar oportunidades. O Santa Clara já somava oito remates, quatro deles feitos na segunda parte do jogo, e já tinha o dobro das tentativas dos encarnados, que somavam quatro remates, todos eles no primeiro tempo.
O problema parece persistir e foi evidente no encontro diante dos açorianos, mas também frente ao Portimonense e mesmo com o FC Porto. Tem-se assistido a uma reação, não diremos apática, mas muito 'suave' quando algum jogador perde o esférico ou quando existe uma bola dividida. Segue-se o Tondela, no próximo dia 8, em jogo a contar para a I Liga. Será que veremos um Benfica mais aguerrido neste aspeto?
FINAL | Santa Clara BenficaLisboetas "adormeceram", sofreram empate e quando reagiram já não conseguiram recuperar a vantagemRatings em https://t.co/POwdN5xS9k Powered by @betpt#LigaNOS #CDSCSLB pic.twitter.com/eaeLhUt3Oy
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