O FC Porto arrancou, na tarde de sábado, uma importante vitória na visita ao Gil Vicente (2-0), em jogo da 22.ª jornada da I Liga. Os dragões vinham de dois jogos sem ganhar, e com a eliminação na Taça de Portugal ainda na memória, mas cedo deram uma resposta cabal em vésperas de um emocionante duelo com a Juventus que irá ditar o futuro europeu na presente temporada.
Sérgio Conceição apostou na titularidade de Nanu e Diogo Leite, mas os protagonistas foram outros.
O segredo do triunfo do FC Porto em Barcelos esteve... no meio-campo. Uribe e Sérgio Oliveira resolveram a partida recorrendo à lei da bomba e não poderiam ficar de fora das figuras centrais da tarde.
A figura
Sérgio Oliveira assumiu o papel de patrão no meio-campo do FC Porto e deu um murro na mesa quando aos 60 minutos pegou na bola e assinou um golaço no Estádio Cidade de Barcelos. Naquela altura, o Gil Vicente estava com a corda toda e Sérgio Oliveira estancou qualquer possível calafrio que poderia estar prestes a acontecer.
Além disso, somou dados categóricos que refletem, de forma factual, a sua importância no esquema tático de Sérgio Conceição e que fazem parte do equilíbrio natural da equipa.
A surpresa
Uribe também se exibiu a grande nível em Barcelos e aquele golo, logo aos sete minutos, facilitou, e de que maneira, a missão do FC Porto. O médio colombiano parece, aos poucos, recuperar o melhor nível numa altura de muita sobrecarga para o conjunto azul e branco.
Deu, ainda, uma ajuda preciosa a defender na segunda parte, altura em que Pepe teve de ser substituído por conta de um problema no gémeo. A jogar assim dificilmente sairá do onze base de Sérgio Conceição.
A desilusão
Pedrinho esteve longe de conseguir entrar, verdadeiramente, no jogo. Não conseguiu impedir as consecutivas investidas de Manafá pelo corredor esquerdo e raramente apareceu em boa posição de ajudar o Gil Vicente a criar perigo na manobra ofensiva. Pelo meio, ainda perdeu a bola mais de uma dezena de vezes. Tarde para esquecer para Pedrinho.
Ricardo Soares
O Gil Vicente demonstrou ser uma equipa organizada, mas falhou no assalto à baliza do FC Porto. Os gilistas raramente incomodaram Marchesín e apenas Pedro Marques obrigou o guardião do FC Porto a intervir. Esperava-se mais.
Sérgio Conceição
Mexeu na equipa, depois da derrota diante do Sp. Braga (2-3), e viu os jogadores responderam de forma positiva e pragmática. Na segunda parte foi obrigado a tirar Pepe e Tecatito, dois jogadores com enorme peso na equipa, mas ainda assim o FC Porto nunca perdeu o equilíbrio. Conseguiu, também, recuperar a tal coesão defensiva que faltou na Taça de Portugal.
Árbitro
Nuno Almeida teve uma tarde tranquila em Barcelos. O jogo nunca entrou em grandes lances de agressividade, mas o árbitro teve o mérito de ir deixando alguns avisos aos jogadores que ia contestando algumas decisões. No lance de maior dúvida, quando Evanílson marcou o terceiro golo, esperou pelo parecer do VAR e só depois anulou o golo ao avançado brasileiro.
Leia Também: "O resultado se calhar peca por escasso"