"Eu não sabia de nada. Fiquei a saber no domingo, tal como todas as pessoas. No entanto, isso não me impede de pedir desculpa aos adeptos do Milan", afirmou o antigo futebolista e 'glória' do emblema 'rossonero' à Sky Sports Itália, antes do jogo entre o AC Milan e o Sassuolo, para a 'Serie A'.
Maldini, de 52 anos, referiu nunca ter estado "envolvido nas discussões sobre a Superliga" e que apenas no domingo teve conhecimento de que o AC Milan ia integrar a nova competição, depois de os 12 emblemas fundadores, entre eles os 'rossoneri', terem anunciado a decisão em comunicado.
"Foi algo que foi decidido pelas mais altas instâncias do clube e, portanto, acima do meu cargo. De qualquer forma, isso não me isenta da responsabilidade de pedir desculpa aos adeptos do AC Milan, e não só, que se sentiram traídos nos princípios básicos do desporto que sempre respeitámos", salientou o diretor técnico do clube, no qual jogam os portugueses Rafael Leão e Diogo Dalot.
Por outro lado, o jogador que mais vezes envergou a camisola do AC Milan (902 jogos) foi lapidar nas críticas aos dirigentes do próprio clube: "Parece-me normal que, em pleno 2021, um dirigente de um grande clube saiba que as receitas e sustentabilidade são conceitos importantes, mas, se há algo que podemos retirar desta situação, é saber qual o limite até onde se pode ir. Certamente que não mudaram os princípios do desporto, que é feito de meritocracia e sonhos que devem ser garantidos a todos."
Estas declarações de Paolo Maldini surgem horas depois de o AC Milan ter emitido um comunicado, no qual se mostra "sensível às preocupações dos adeptos em todo o mundo" devido à criação da Superliga europeia, prometendo continuar a "trabalhar ativamente" para definir um "modelo sustentável" para o futebol.
Face à contestação dos adeptos e das autoridades governativas e do futebol, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Manchester United, Tottenham e Chelsea iniciaram a debandada do projeto da Superliga, na terça-feira, seguindo-se, durante o dia de hoje, Atlético de Madrid e Inter Milão.
AC Milan e Juventus já reconheceram a necessidade de avaliar o projeto, enquanto o FC Barcelona faz depender a sua permanência da aprovação dos sócios. O Real Madrid é o único dos 12 clubes fundadores da competição que ainda não emitiu uma posição oficial sobre o tema.
O 'sonho' liderado pelo presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, juntou 12 dos principais clubes de Inglaterra, Espanha e Itália, tendo em vista a criação de uma competição anual com 20 equipas, na véspera de a UEFA revelar o formato competitivo da Liga dos Campeões, a partir de 2024/25.