O presidente da Mesa da Assembleia Geral do Benfica, António Pires de Andrade, anunciou, em forma de comunicado emitido através das plataformas oficiais ao final da manhã deste domingo, que não se irá demitir, apesar do apelo lançado pelo movimento 'Servir o Benfica'.
O dirigente sublinha que não se deixa "abater por pedidos públicos como o apresentado, sem qualquer fundamento legal", e garante que continuará "a trabalhar e a servir o Benfica com a mesma energia" com que aceitou o cargo.
António Pires de Andrade informou, ainda, que, "antes do final do corrente mês de julho, uma empresa multinacional irá proceder à abertura das urnas e à contagem dos votos físicos, sendo acompanhada pelos serviços do Benfica".
"Também os serviços do Benfica estão em fase de conclusão do processo de contratação da empresa de auditoria para fazer o trabalho de análise ao software informático que suporta o voto eletrónico. A empresa a contratar será também uma multinacional que não presta serviços ao grupo neste domínio", acrescenta.
O comunicado da MAG do Benfica, na íntegra:
Caros Consócios, caros Benfiquistas:
Tomei conhecimento no passado dia 23 de julho, através de diversos Órgãos de Comunicação Social, de uma carta aberta apresentada pelo grupo de Sócios, autodenominado "Servir o Benfica", pedindo a minha renúncia imediata de Presidente da Mesa da Assembleia Geral do Sport Lisboa e Benfica, com o argumento de que não marquei para o mês de julho a Assembleia Geral Extraordinária pedida por um grupo de Sócios.
Na verdade, em 29 de junho passado, no comunicado que dirigi a todos vós, referi:
"Compreenderão todos os Sócios que a organização de qualquer AG, quer Ordinária, quer Extraordinária, independentemente das Ordens de Trabalho de cada uma, exige a intervenção de várias estruturas do Clube, e em momento de pandemia como a que estamos atravessando, e de muitas restrições decretadas pelas entidades Governamentais e da DGS (a proibição de deslocações de e para a AML ao fim de semana é uma delas), a mesma só se poderá realizar caso exista a concordância da DGS ao Plano de Contingência elaborado no seio das estruturas do Clube e já apresentado junto desta entidade pública.
É intenção da Mesa, caso não exista qualquer decisão contra ou condicionantes que tornem impossível a sua realização, conforme atrás referi, proceder à sua marcação ainda durante o mês de julho próximo, com a Ordem de Trabalhos que vier a constar da sua convocatória e, em caso algum, a Mesa decidirá em função de notícias publicadas nos jornais ou difundidas através de meios de comunicação social, independentemente da orientação que cada um venha demonstrando, ou de timings que nos queiram ser impostos."
Ainda no fim de junho, o Secretário-Geral do SLB enviou à Senhora Diretora-Geral de Saúde uma carta a informar que "o Benfica pretende realizar em julho próximo a AGE pedida por um Grupo de Sócios, se as condições de saúde pública o permitirem e for garantida a proteção dos cidadãos/Sócios".
Na mesma missiva, continua o Senhor Secretário-Geral: "Em função da situação que vivemos, vimos pedir a V. Ex.ª autorização para a realização da referida Assembleia Geral Extraordinária e enviamos em anexo dois Planos de Contingência elaborados com o contributo dos principais responsáveis de saúde do grupo Benfica."
Termina a carta com: "Naturalmente, para podermos prestar todas as garantias aos nossos associados, seria especialmente relevante que a ARS de Lisboa e Vale do Tejo se pronunciasse sobre o assunto."
Caros Consócios, caros Benfiquistas:
Todos os membros da Mesa da Assembleia Geral conhecem os Estatutos do SLB e eu, como Presidente dessa mesma Mesa, sou um defensor acérrimo do estabelecido nesses mesmos Estatutos, só que acima dos Estatutos do SLB estão as Leis do País e as normas que as entidades Governamentais e de Saúde aprovam para nos ajudarem a enfrentar a pandemia que tem assolado o mundo em geral e o nosso país em particular.
Assim, continuo a aguardar a resposta da DGS à carta dirigida pelo Senhor Secretário-Geral, para então marcar a data da Assembleia Geral Extraordinária e apresentar o modo de funcionamento da mesma.
Informo-vos, ainda, e no seguimento daquele meu comunicado do passado dia 29 de junho, que, antes do final do corrente mês de julho, uma empresa multinacional irá proceder à abertura das urnas e à contagem dos votos físicos, sendo acompanhada pelos serviços do Benfica.
Esta empresa, cuja identidade entendo dever ser salvaguardada por questões de segurança até ao fecho deste processo, não é um fornecedor habitual do grupo Benfica.
Dirigi convites aos mandatários de cada uma das listas concorrentes ao Ato Eleitoral de outubro passado para se fazerem representar na abertura das urnas e contagem dos votos. Nenhuma das listas respondeu positivamente ao convite endereçado há cerca de três semanas.
Apesar disso, tudo farei para que este ato decorra com a normalidade que todos desejamos.
Também os serviços do SLB estão em fase de conclusão do processo de contratação da empresa de Auditoria para fazer o trabalho de análise ao software informático que suporta o voto eletrónico. A empresa a contratar será também uma multinacional que não presta serviços ao grupo neste domínio.
Uma vez terminados todos os trabalhos, o resultado dos mesmos será disponibilizado a todos os Sócios através dos mecanismos adequados.
Finalmente, e agora dirigindo-me aos Sócios que pedem a minha renúncia imediata de Presidente da Mesa da Assembleia Geral, quero comunicar que não me deixo abater por pedidos públicos como o apresentado, sem qualquer fundamento legal, e que continuarei a trabalhar e a servir o Benfica com a mesma energia com que aceitei o cargo e conto com o apoio dos Benfiquistas para organizar, em conjunto com os restantes membros da Mesa, o próximo Ato Eleitoral antecipado, já anunciado, para concretizar até ao final do ano corrente.
Viva o Benfica!
Lisboa, 25 de julho de 2021
(António Pires de Andrade)
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
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