O Benfica sofreu, mas mereceu a qualificação para a fase de grupos da Liga dos Campeões. As águias conseguiram sair imaculadas na visita ao PSV (0-0), na noite de terça-feira, em jogo da 2.ª mão do playoff e que contou duro revés: a expulsão de Lucas Veríssimo à meia hora de jogo. Valeu, por isso, o espírito de sacrifício dos jogadores, a exibição de Odysseas e, claro, o resultado da 1.ª mão (2-1) na Luz.
O duelo até estava equilibrado, mas o cartão vermelho mostrado ao defesa brasileiro mudou o rumo do jogo que passou a ser quase de sentido único, o da baliza do Benfica.
No entanto, os encarnados mantiveram a coesão defensiva, agarram-se com unhas e dentes ao empate e conseguiram o desejado bilhete para a fase de grupos da Liga dos Campeões, onde já estavam, recorde-se, Sporting e FC Porto. Sim, quer isto dizer que Portugal terá três representantes na maior prova de clubes. E, claro, o Benfica encaixa 37 milhões de euros. Vamos aos protagonistas da noite em Eindhoven.
A figura
Jorge Jesus havia dito que Odysseas tinha feito um jogo normal na 1.ª mão e o grego parece querer impressionar, elevando o nível exibicional nesta 2.ª mão. O PSV tentou de tudo para marcar e se tal não aconteceu o mérito terá de ir, quase na totalidade, para Odysseas. O guardião das águias assinou várias defesas de particular importância, com especial destaque para duas. Antes do intervalo, negou o golo a Madueke com uma defesa com o pé e aos 85 minutos protagonizou uma dupla defesa que deixou Vertessen em desespero total. Noite de gala do grego nos Países Baixos. Absolutamente decisivo.
A surpresa
Mario Gotze é o cérebro deste PSV e todo o jogo passa pelos pés do criativo alemão. Foi sempre o jogador mais esclarecido e a melhor unidade da formação dos Países Baixos. Na Luz já tinha dado mostras de estar numa boa forma e ontem voltou a provar isso. Essencial na forma como o PSV circula a bola. Pensa mais à frente dos que os outros.
A desilusão
Lucas Veríssimo assinou, seguramente, a pior exibição com a camisola do Benfica. Viu o cartão amarelo muito cedo, num lance em que teve de fazer falta depois de perder a bola em zona proibida, e minutos mais tarde viu outro amarelo por utilizar o cotovelo de forma indevida. Colocou tudo em causa sendo expulsão tão madrugadora num jogo de capital importância.
Treinadores
Roger Schmidt
O treinador do PSV lançou todas as fichas mas não conseguiu quebrar a muralha das águias. No entanto, pode questionar-se a opção de tirar Madueke ainda muito cedo no jogo, uma vez que o jovem inglês foi sempre um dos jogadores mais perigosos e capaz de criar sérios problemas ao Benfica.
Jorge Jesus
Reforçou o meio-campo com a titularidade de Adel Taarabt, mas o Benfica perdeu poder de fogo na frente de ataque. Quando o Benfica ficou reduzido a dez unidades demorou a estabilizar a equipa, mas a partir da segunda parte tudo ficou muito bem montado para anular os ataques do PSV. Estratégia arriscada mas ganha por parte do treinador das águias.
O árbitro
Slavko Vincic decidiu quase sempre bem, incluindo na decisão de expulsar Lucas Veríssimo. O central brasileiro foi imprudente e Vincic fez cumprir o que mandam os regulamentos. Nota positiva para o árbitro esloveno.
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