Atendendo ao regresso dos adeptos aos estádios de futebol e ao clássico entre o Sporting e o FC Porto, agendado para sábado, no Estádio José Alvalade, João Paulo Rebelo revelou ter "esperança e certeza, do ponto de vista das forças de segurança, que o comportamento dos adeptos seja o adequado": "Seja aquele que queremos ter nos recintos desportivos, que é no fundo o espetáculo vivo do público, mas de um público participativo, vibrante e entusiasmado", observou.
Alertando para a necessidade de se "cumprir as regras, desde logo sanitárias, que estamos obrigados a cumprir, ainda com uma redução da lotação dos recintos desportivos", o secretário de Estado defendeu a importância de "todas as regras de civismo e que, sobretudo no desporto, em que tantos valores importantes se praticam e ensinam à sociedade, sejam praticados pelos adeptos".
"Tudo o que tenha a ver com fenómenos de violência, atitudes menos corretas, não tem lugar no desporto e é isso que pretendemos", frisou, após a apresentação da sétima edição do evento, promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, na pista de atletismo do Centro de Alto Rendimento do Jamor, e que terá lugar entre 23 e 30 de setembro.
Relativamente ao cartão do adepto, que impossibilitou a venda de bilhetes por parte do FC Porto para o jogo de sábado, João Paulo Rebelo recorda que o mesmo já esteve em vigor na época passada, embora sem presença de público nos recintos desportivos.
"Compreendo que haja um período de adaptação, que todos os agentes, de uma forma geral, têm de se adaptar a estas novas regras. Espero que todos os promotores façam uso do que a lei lhes permite e possam servir o seu desporto, neste caso a sua modalidade, que é o futebol", referiu.
Além de relembrar que "a lei foi aprovada na Assembleia da República e não mereceu votos contra de ninguém", o governante garante ter sido "pensada, maturada e discutida com os mais diversos agentes", desde a Liga de clubes, a Federação Portuguesa de Futebol, o Conselho Nacional do Desporto e especialistas das forças de segurança.
"Envolvemos toda a gente. Pareceu-nos que era a melhor forma de combater alguns fenómenos, algumas práticas, que, quem está de bem, não quer ter na prática desportiva, nos recintos desportivos. Portanto, agora vamos trabalhar com o que temos. Reitero a convicção que o cartão do adepto é uma boa lei, uma boa medida, na qual o Governo vai cumprir o que foi o desígnio da Assembleia da República."
Apesar de ouvir "alguns comentários e críticas em relação ao cartão do adepto", João Paulo Rebelo diz que o que tem "verificado é que essas críticas vêm de quem se sente atacado, no fundo por quem justamente o cartão do adepto quer combater essas práticas que não queremos no desporto. E depois por alguns que acabam por subordinar os seus valores aos interesses desses mesmos, que querem que tudo continue na mesma. Desse ponto de vista estou tranquilo", concluiu.