Os ministros do desporto da União Europeia e de outras 11 nações, incluindo Austrália, Estados Unidos e Reino Unido, validaram todas as sanções aplicadas a atletas, clubes ou seleções que representem a Rússia e a Bielorrússia, e incentivaram ações de apoio ao desporto ucraniano.
Para Tiago Brandão Rodrigues, que falava à margem da visita ao Centro Escolar de São Teotónio, em Odemira, esta é uma forma de exercer "diplomacia através do desporto" e também dizer que o desporto "está atento à situação" que se vive na Ucrânia.
O ministro considera a tomada de posição "muito importante" e uma forma inequívoca de afirmar que "o desporto não entende este conflito bélico" e que "atletas, equipas e federações da Rússia e da Bielorrússia vão sentir as consequências".
"Fizemos um apelo a todas as organizações desportivas internacionais para limitarem e impedirem o acesso das seleções russas e bielorrussas, bem como dos atletas e clubes destes países, às competições", explicou Tiago Brandão Rodrigues.
A título de exemplo, o governante apontou a proibição dos atletas russos e bielorrussos competirem nos Jogos Paralímpicos de Inverno, a decorrer na China, e no Festival Olímpico da Juventude, na Finlândia, por "não caberem" nestes eventos.
"Sabemos que [o afastamento] é muito sentido por parte da população da Rússia e da Bielorrússia, porque amam o desporto e entendem que esses desportistas se prepararam para representar os seus países", acrescentou o ministro do Desporto.
Tiago Brandão Rodrigues salientou ainda a necessidade de "ajudar os atletas ucranianos a continuar a competir" e a auxiliar os portugueses "que jogam nas ligas russas e bielorrussas a rescindir os contratos por justa causa para poderem regressar e continuar as suas atividades desportivas".
Os ministros do Desporto, na declaração conjunta, encorajam a comunidade desportiva internacional a continuar a mostrar a sua solidariedade para com o povo da Ucrânia e classificaram de "abominável" a invasão consumada pela Rússia, com o apoio da Bielorrússia.
Na tomada de posição, os ministros defendem que nenhum dos dois países (Rússia e Bielorrússia) poderá organizar qualquer evento desportivo internacional, bem como os seus atletas "devem ser proibidos de competir noutros países".
O grupo de ministros justifica estas opções por considerar que "a guerra intencional, não provocada e injustificável da Rússia contra a Ucrânia, permitida pelo governo bielorrusso, é abominável e uma violação flagrante das suas obrigações internacionais".
"O respeito pelos direitos humanos e as relações pacíficas entre as nações formam a base do desporto internacional", sentenciam.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 406 mortos e mais de 800 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
O presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
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