O Benfica contrariou todas as previsões e carimbou, esta terça-feira, o apuramento para os quartos-de-final da Liga dos Campeões, ao derrotar o Ajax, em pleno Johann Cruyff Arena, por 1-0, após o empate a duas bolas registado no estádio da Luz.
Os encarnados sofreram a bom sofrer, ultrapassaram susto atrás de susto e, na única vez em que remataram à baliza, já à passagem dos 77 minutos, marcaram o golo que selou o resultado final, quando Darwin Núñez aproveitou uma saída em falso de André Onana para deixar a sua marca.
Para trás, ficou um conjunto neerlandês dominador, mas pouco criativo, que pouco mais fez a não ser 'disparar' cruzamentos para a grande área, onde o 'bloco central' formado por Nicolás Otamendi e Jan Vertonghen foi resolvendo, com maior ou menor dificuldade.
Uma das poucas exceções teve lugar logo aos sete minutos de jogo. Os homens da casa combinaram bem no ataque e Sébastian Haller colocou a bola no fundo das redes, mas o lance foi invalidado, já que Dusan Tadic, que o assistiu, estava em posição irregular.
Os números são avassaladores para o Ajax. 69% de posse de bola contra 31% do Benfica. 596 passes contra 278, com uma eficácia de 84% contra outra de 65%. 16 remates contra quatro, 11 deles dentro da grande área. Mas tudo isto... deu zero.
O Benfica fica, agora, a aguardar pelo sorteio da próxima sexta-feira para saber qual o adversário que terá pela frente na próxima fase, onde também já estão Bayern Munique, Liverpool, Manchester City, Real Madrid e Atlético de Madrid.
As duas últimas vagas serão atribuídas já esta quarta-feira, a partir das 20h00 (hora de Portugal Continental), nos encontros entre Juventus e Villarreal, e entre Lille e Chelsea.
Figura
Uma distinção que não pode ir para outro jogador que não Darwin Núñez. O internacional uruguaio esteve na origem das raras saídas do Benfica para o ataque durante os 90 minutos, com arrancadas a partir da ala esquerda, e, já em cima do final, teve 'cabeça fria' para marcar o golo que sentenciou a eliminatória.
Surpresa
Uma exibição incansável de Gonçalo Ramos, não só a atacar, como, acima de tudo, a ajudar os companheiros de equipa na hora de defender durante aqueles largos períodos de sofrimento. Como se não bastasse, ainda conquistou a falta da qual resultou o pontapé livre com que Alejandro Grimaldo assistiu para o golo da vitória.
Desilusão
André Onana fez, precisamente, aquilo que não se pede ao guarda-redes de um grande. Na única vez em que foi chamado a intervir, o internacional camaronês 'meteu os pés pelas mãos', saiu mal a um cruzamento e permitiu a Darwin Núñez assinar o tento que 'gelou' a Johann Cruyff Arena.
Treinadores
Erik ten Hag: O Ajax dominou o jogo do início ao fim, mas a verdade é que raras foram as vezes em que conseguiu, de facto, levar perigo à baliza à guarda de Odysseas Vlachodimos, que só fez duas defesas durante a noite. Apesar de terem mais bola, os neerlandeses passaram mais tempo a bombeá-la para a grande área do que a encontrar formas mais eficazes de a colocar lá dentro... e a defesa encarnada agradeceu.
Nélson Veríssimo: A história dirá que o Benfica foi a equipa que foi aos Países Baixos eliminar a melhor equipa da fase de grupos da Liga dos Campeões para se apurar para os quartos-de-final, mas é preciso dizer que fez muito pouco para o conseguir. A equipa passou grande parte dos 90 minutos remetida à própria grande área, de tal maneira que marcou no único remate que fez à baliza.
Árbitro
Noite complicada para Carlos del Cerro Grande, que se viu mergulhado num ambiente, verdadeiramente, 'infernal' criado por jogadores e adeptos do Ajax. Ainda assim, o juiz espanhol soube responder bem, procurando colocar 'gelo' no jogo sempre que foi preciso. Os neerlandeses pediram uma panóplia de grandes penalidades, mas este manteve-se firme e não assinalou nenhuma (e bem).
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