A época 2021/22 está a ser o realizar de um sonho para André Franco. O jovem avançado chegou ao maior escalão do futebol nacional com a ajuda do Estoril, e destaque não lhe tem faltado.
Para os mais distraído, no primeiro ano a jogar na I Liga, André Franco está a realizar a melhor temporada da carreira, com nove golos e quatro assistências em 32 jogos. Uma época que não está longe de ser perfeita para a realidade dos canarinhos, mas da qual se exclui o excesso de euforia.
Para aqui chegar, André Franco passou por um mau bocado. Formou-se no Sporting, foi campeão de juniores, perdeu lugar na equipa e saiu de Alcochete. Procurou, experimentou, arriscou, mas ficou um ano sem jogar. Em entrevista exclusiva ao Desporto ao Minuto, contou como o Estoril foi a sua salvação, esticando-lhe a mão no pior momento da carreira. Admitiu que pensou em desistir, desperdiçar o potencial que ainda lhe restava, mas que se reencontrou, e hoje, mais feliz, sonha com maiores patamares.
Sempre quis tentar algo no futebol, mas devemos ter sempre um plano B
Comecemos pelo início de tudo. De onde veio essa ligação ao futebol?
Vem desde pequeno. Quando era criança, brincava só com bolas, nunca liguei a outros brinquedos a que os miúdos normalmente ligam, como bonecos e carros. Jogava na rua com os meus amigos. Foi um pouco assim.
Quando se é criança, pensa-se em mil e uma profissões. Sempre quis ser jogador de futebol?
Sim, desde muito novo mesmo. Lembro-me de ter dois anos e ver o meu pai, que na altura jogava nas distritais, a ligar os pés com ligaduras. Então, eu dizia aos meus pais que, no Natal, queria umas ligaduras, equipamentos de futebol, bolas. Sempre foi isso que eu quis ser.
O seu pai jogou futebol. Acredito, então, que a família tenha apoiado a decisão do André de ser jogador de futebol.
Sim. Tanto o meu pai como a minha mãe sempre me apoiaram nisso, sempre me exigiram que eu não deixasse os estudos para trás, mas que, quando eu tivesse de optar pelo meu sonho, teria de o fazer.
Alguma vez pensou em se formar nalguma área?
Não,. Sempre tive o meu plano de vida bem traçado, mais a partir dos 15 anos, vá. É quando se começa a ver isto de uma forma mais séria. Sempre quis tentar algo no futebol, mas devemos ter sempre um plano B. No meu caso, o plano B era continuar os meus estudos até ao 12.º ano, ver aos 18 anos de idade como é que estava a minha situação e tentar sempre ir em buscar do meu sonho. Continuando os estudos, seria algo ligado ao desporto, mas não o segui por ter conseguido atingir o meu objetivo.
Fora o futebol, que desportos lhe interessam mais?
Sou muito ligado ao desporto em geral. Adoro basquetebol, ténis, snooker, andebol, voleibol... Vejo um pouco de tudo e sou interessado.
Quais eram os seus ídolos de infância no futebol, os jogadores que sonhava imitar?
Ah, Cristiano Ronaldo, Messi... Olhávamos para eles e pensávamos ‘Eh, é isto que temos de fazer’. Mais tarde, o Neymar começou a aparecer com aquela irreverência dele. Olhava sempre para esses jogadores. Como sempre fui médio, também olhava muito para Iniesta, Xavi, e tentávamos fazer no treino aquilo que víamos na televisão.
Onde começou a formação no futebol?
Eu joguei com quatro anos no Alverca. Mas aí não havia campeonatos. Na altura, morava em Alverca, estive lá um ano a jogar, mais a treinar, sem competição. Depois, aos cinco anos mudei de casa, fui para onde estou agora e fiquei um ano sem jogar. Aos seis, entrei no Sporting.
Como é que aconteceu essa entrada na academia?
“Foi natural. Gostava muito de jogar, não jogava em lado algum... Naquela altura, ainda se faziam anúncios de captações através de jornais. Vi um anúncio no jornal a anunciar um treino desses no Sporting, e decidi ir lá. Fui e fiquei, e nem podia lá ficar. É uma história engraçada”.
Pode contar.
Esse treino era uma captação para meninos de 1997 e de 1996, e eu sou de 1998. Éramos trezentos e tal e eles decidiram que queriam ficar comigo. Calhou ser eu o único a não ter a idade correta. Então, até disse aos meus pais ‘Agora, não tenho idade, não vou poder lá ficar’. O treinador, na altura, disse-me ‘Se assim for, até é melhor. Se foste o escolhido e és mais novo que eles todos, tens mais um ano para evoluir’. Fiquei todo contente por lá ter ficado. Jogava com miúdos de 1997 e já se notava alguma diferença. Eu já sou pequeno por natureza, a jogar com pessoal com um ano a mais.... Só passado dois anos é que se criou uma equipa para o meu escalão e voltei a jogar com jogadores de 1998.
André Franco fez formação no Sporting, de onde saiu em 2017© Getty Images
Quão longe pensava que podia ir na carreira de futebolista?
Nessa altura, toda a gente sonha em jogar na seleção, jogar na Liga dos Campeões, não se tem muita noção. Mesmo os jogadores da formação do Sporting, do Benfica, do FC Porto veem aquilo um bocado como um sonho, e, na minha opinião, é uma grande ilusão. Depois, quando se começa a progredir, começa-se a perceber que não é tão fácil. Daqueles 30 que estavam lá para jogar futebol de sete, só dois é que chegam aos juniores. Depois, dos 30 que estão nos juniores, só um é que chega a profissional. Há sempre uma ilusão muito grande que acaba por não ser correspondida.
De onde vem essa ilusão?
No meu caso, eu olhava para o Sporting e pensava ‘Formou Cristiano Ronaldo, Nani, Figo, vou ser o próximo, vou tentar’. Um miúdo de sete anos a jogar no Benfica neste momento deve pensar ‘João Félix, Bernardo Silva, vou tentar ser igual’. Eu até acho que é bom, é positivo isso acontecer. São miúdos que estão a treinar com essa idade e que têm o sonho deles e estão a lutar para isso. É correto. Agora, à medida que o tempo vai passando, vão ganhando a noção de que não é tão fácil assim como parece. Quanto se tem sete anos e se marca quatro ou cinco golos num jogo, já se pensa alto. Depois, vai-se ver e, com o passar do tempo, não é bem assim como se imaginava.
Pensei em desistir. Nessa situação, era a solução mais fácilO André passou vários anos pelo Sporting, foi campeão de juniores antes de sair, numa geração considerada de ouro e com tremendo potencial. Por que é que acabou por sair do Sporting no final dessa temporada?
Eu saí campeão, mas não joguei muito nesse ano. Quando saí do Sporting, o clube tinha ainda a hipótese de renovar-me o contrato, mas não quiseram renovar para que eu chegasse à equipa B, e terminou tudo assim. Na altura, o meu objetivo era fazer uma boa época ali, subir para a equipa B e progredir ali. Não foi possível, mas não vejo qualquer tipo de problema. Foi uma opção deles.
Ficou magoado por ter saído do Sporting assim?
Mágoa não senti, porque até já estava um pouco à espera. A época não correspondeu às expectativas, até às que eu tinha. Pensava que ia jogar mais do que joguei e há que ver o lado de lá. Não podemos olhar só para o nosso umbigo. Eu era ali um jogador que não jogou assim tanto e a opção foi a que tinham de tomar.
Depois dessa época, saiu do Sporting e esteve um ano sem jogar. O que é que passou pela cabeça nessa altura?
Foi um ano difícil, mas muito positivo. Fez-me ver o mundo de outra forma. Obviamente, pensei em desistir, nessa situação era a solução mais fácil, e, entretanto, prosseguia com o tal plano B, mas tive, felizmente, o apoio da minha família. Fui persistente nesse ano e consegui voltar a fazer o que mais gosto.
Noutra entrevista, disse que pensou em Campeonato de Portugal, Campeonato Italiano, Campeonato norte-americano, mas acabou por não jogar em nenhum.
Para Itália, não houve proposta, houve apenas a hipótese de ir. Quando saí do Sporting, foi-me disto que poderia ir jogar em Itália, num campeonato de sub-23, mas nunca se concretizou. Foi aí que entrei no 1.º de Dezembro, treinei lá, a direção queria que eu ficasse no clube, mas eu disse que não porque tinha outra ideia para janeiro e voltou a não aconteceu. Entretanto, fui para os Estados Unidos, estive lá dois meses e voltei.
Por que é que não ficou?
Na altura, havia a questão dos extracomunitários, não podia assinar contrato. Depois disso, voltei para Portugal. Quando assinei com o Estoril, eles ligaram-me de lá a dizer que tinha ficado aberta uma vaga no plantel e que queriam que eu voltasse. Eu depois tive de dizer que já não dava.
Saído do Sporting, campeão de juniores, sem clube onde jogar ao mesmo nível, sentiu-se ‘à nora’ nessa altura?
Nessa altura, tudo o que tinha definido perdeu-se um bocado, fiquei um pouco sem chão. Já não sabia o que haveria de fazer. Qualquer coisa eu aceitaria. Fui para os Estados Unidos e não fui nas condições adequadas. Ainda assim, optei por ir e acabou por ser uma experiência de vida.
Aprendeu com essa viagem?
Muito, muito. No futebol, não aprendi muito porque não deu, mas no que toca à experiência de vida, aí foi muito enriquecedor.
O planeamento de carreira nessas alturas é importante?
Quando nos acontece algo assim, todos os planos deixam de fazer sentido. Tem-se um plano, entretanto sai-se do Sporting, já nada vai ser igual. Depois, quando me apareceu o Estoril, aí já consegui fazer realmente um plano de carreira que está a ser seguido. Penso em começar aqui, progredir, tentar fazer as coisas como deve ser. Tem sido muito assim a minha carreira, passo a passo, sem meter, como se costuma dizer, a carroça à frente dos bois.
Se desistisse, seria da carreira de jogador ou do futebol de vez?
Só da carreira, certamente. Se acontecesse, ia tentar algo ligado ao futebol, mas já seria muito difícil. Seria como um adolescente ou um pré-adulto, acaba a sua escola, vai para a faculdade e começa aí uma vida diferente.
Em 2018, lá assinou com o Estoril.
Nessa altura de ‘desespero’, na qual não tinha nada, estava quase a entrar na segunda época sem jogar, foi quando o Estoril entrou em contacto com o meu empresário da altura. Houve a oportunidade de vir para aqui para jogar nos sub-23. Inicialmente, pediram-me para vir aqui duas semanas antes, não bem como uma experiência, porque sabiam que queriam ficar comigo, mas sim para verem a minha capacidade física, se estava lesionado ou não, já que estive tanto tempo parado. Eu vim, disseram que estava tudo bem comigo e começou tudo aí.
Quando recebeu esse convite, o que pensou?
O meu primeiro instinto foi dizer ‘Bora, quando é que eu assino?’. Depois, disseram-me que tinha de ir lá antes fazer os tais testes físicos e eu comecei logo com as inseguranças, a pensar se ficava ou não. Estava numa fase em que já pouco confiava em mim. Felizmente, correu tudo bem e assinei passadas essas duas semanas.
André Franco chegou à equipa sénior no segundo ano de Estoril© Getty Images
Foi um dos destaques da primeira época, ao serviço dos sub-23. Na época seguinte, subiu à equipa principal. O virar de página, certamente, foi marcante.
Eu tenho muito esta filosofia para a minha vida que é: quando sai do nosso corpo, é tudo muito melhor. Não é de mão beijada, foi assim e tem sido sempre assim na minha vida. Quando eu fiz essa boa época nos sub-23, deram-me logo a oportunidade de fazer a pré-época na equipa principal. Fiquei logo lá e foi um grande motivo de orgulho.
Nessa época, 2019/20, entrou na equipa principal pela mão de um treinador com quem já tinha sido feliz, Tiago Fernandes. Foram campeões no Sporting. Foi bom poder reencontrar-se com ele naquela fase?
Sim, era o primeiro ano numa equipa principal. Nunca é fácil para um miúdo integrar-se numa equipa com jogadores mais velhos e que já tiveram outras experiências na carreira. Já conhecia o treinador, trabalhei três anos com eles antes disso e também me ajudou nessa adaptação.
Quando se é jovem e se procura ainda um caminho, quão importante é ter uma figura destas por perto?
É importante porque, querendo ou não, já existe um nível de confiança diferente do que existiria com alguém que é totalmente novo na nossa vida. Aconteceu com o Tiago [Fernandes], mas quero acreditar que iria acontecer com outro qualquer.
Nós, que somos mais jovens, sonhamos sempre jogar na I LigaA época passada foi uma época de grandes mudanças para o Estoril. Novo treinador, novas ideias, plantel praticamente novo. A época prometia assim tanto?
Nós sempre fomos com a filosofia de jogar cada jogo como se fosse o último, entrar em jogo sempre a pensar em ganhar. Sermos campeões nem sequer era o nosso objetivo inicial. Foi muito positivo, com pensamento ganhador de jogo para jogo e, à medida que o tempo foi passando, vimos que era realmente possível e começámos a acreditar cada vez mais.
Sabe melhor ser-se campeão sem se ter esse objetivo traçado?
Claro. Mesmo a comunicação social não nos dava como candidatos. Fomos conquistando esse estatuto com aquilo que fazíamos dentro do campo e acho que foi uma subida muito saborosa.
A ideia que havia do Estoril da II Liga era que a equipa principal parecia uma equipa sem sentido. O objetivo seria regressar depressa à I Liga, mas o plantel não mostrava provas para o conseguir. Olhando agora para o Estoril, parece que encontrou o seu caminho e que está mais organizado. Dentro do clube, sente-se o mesmo, que as coisas estão diferentes para melhor?
Sim. É um clube que tem tendência a melhorar ano após anos e assim tem sido, pelo menos desde que aqui estou. Todos os anos tem sido tudo um pouco melhor, tanto a nível de resultados como de estrutura. A tendência é que nos próximos anos o Estoril evolua ainda mais.
Com os anos, o André foi ganhando mais espaço na equipa e garantiu a primeira presença na I Liga.
É o concretizar de um sonho. Nós, que somos mais jovens, sonhamos sempre jogar na I Liga e, depois de tudo aquilo que me aconteceu naquele ano, ver esse objetivo alcançado foi certamente um motivo de orgulho.
André Franco está em época de estreia na I Liga com nove golos em 32 jogos© Getty Images
A atual temporada do Estoril tem sido positiva no plano coletivo. Para um Estoril que jogava para não descer na I Liga, o começo de época de grande qualidade e o sétimo lugar que ocupa acabam por ser bons. Como é que o plantel reage a esta época?
Tem sido uma temporada bastante positiva. Temos vindo a conseguir implementar o nosso futebol, temos conseguido resultados, estamos em sétimo e ainda faltam sete jornadas para o final da época. Nada está resolvido, e continuamos a encarar cada jogo como se fosse o último, tal e qual como no ano passado. Vamos tentar, em sete jogos, ganhar sete.
O Estoril andou por várias jornadas a rondar o pódio. Qual era o ambiente que se vivia no balneário quando iam trabalhar todos os dias a pensar que estavam praticamente em igualdade pontual com os três grandes?
Sempre foi um ambiente bastante bom, mas sem grandes euforias. Sabíamos que era difícil manter a linha, não há que esconder isso, mas é sempre melhor trabalhar sobre vitórias e numa posição boa na tabela do que quando se está aflito na tabela. O plano para a temporada era e ainda é assegurar a manutenção.
Individualmente, é a primeira época na I Liga e a melhor como sénior. Quão boa tem sido a temporada?
Acho que até tenho superado as expectativas. Está a ser uma época extremamente positiva, logo em ano de estreia na I Liga, mas sei que ainda há espaço para melhorar.
Esperava uma temporada tão boa na estreia na I Liga?
Enquanto jogador, quando se recupera a confiança, acredita-se sempre que é possível, apesar de ser difícil. Eu até acreditava, embora soubesse das dificuldades. Agora, há que dar continuidade ao processo.
A dificuldade competitiva que encontrou na I Liga foi dura de acompanhar?
A subida da II para a I Liga até me beneficiou. Tenho me adaptado e conseguido corresponder muito melhor ao que é o jogo, àquilo que o jogo pede na I Liga, do que propriamente na II Liga.
Que tipo de jogador o André se considera?
Sou um jogador que gosta de jogar com bola, que gosta de ser interventivo, principalmente no último terço do campo, com uma boa definição nesse terço, com bom último passe e com chegada à área. Sou cada vez mais um jogador que consegue recuperar bolas e que consegue fazer o papel de um ‘n.º 8’ no campo.
Se tivesse de mudar de posição, em qual jogava?
Isso depende sempre do desenho tático e da ideia de jogo. Se for uma ideia na qual os extremos jogam por dentro, não me importaria de jogar ali.
O Estoril, de André Franco, é, à data, sétimo colocado da I Liga© Getty Images
O Estoril tem potencial para dar um grande passo no próximo ano ou deveria seguir humilde e no seu processo de crescimento a um ritmo próprio?
Não sei se será para o ano, nem sei qual é o plano da estrutura, mas, e esta é a minha opinião, o Estoril tem todas as condições para se afirmar com um bom clube em Portugal, que consegue estar sempre presença na I Liga, não a lutar contra as descidas, mas sim a lutar por outros objetivos.
Não sei onde posso chegar, sei sim que estou muito longe de ser um produto acabado
O André quer continuar em Portugal ou prefere experimentar o futebol estrangeiro?
Depende do contexto em que se está inserido. Se estiver numa equipa grande em Portugal, é diferente, mas sim, gostava de jogar no estrangeiro, se fosse possível.
Algum campeonato preferencial?
Inglaterra, Espanha, sempre o disse.
Encaixava nessas Ligas?
Sim. Em Espanha, acredito que conseguiria usufruir melhor das minhas capacidades. É um futebol muito rico nos planos técnico e tático. O meu sonho é jogar na La Liga. Depois, gostava de jogar em Inglaterra por tudo o que está associado ao futebol inglês, pela paixão, pelo próprio nível do futebol, que é elevado.
Sonha ainda poder jogar na seleção?
Certamente. Ainda há pouco tempo tivemos o exemplo do Jonathan Clauss, o jogador do Lens que foi chamado pela primeira vez à seleção francesa com 29 anos de idade. É um sonho que tenho e que posso atingir. Mas é como disse, o plano deve ser dar seguimento ao trabalho e não estagnar. Se assim for, acredito que poderá ser possível daqui a um tempo.
Onde acredita que ainda pode chegar?
Não sei onde posso chegar, sei sim que estou muito longe de ser um produto acabado. Acho que posso render muito mais. Não gosto de colocar limites nas minhas metas, a minha ideia é mesmo chegar o mais longe possível.
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