A certificação da maior onda, surfada na Praia do Norte, na Nazaré, em 29 de outubro de 2020, foi hoje entregue por um juiz do Guiness, no forte de S. Miguel, ao surfista que se mostrou "muito orgulhoso" de ter surfado uma onda "criada por uma tempestade" e que prova que "qualquer coisa que se queira muito fazer na vida é possível".
"Não nasci num país com ondas", afirmou o surfista alemão, acrescentando que também não teve "oportunidade, em criança, de viajar por países e surfar", sustentando que teve que usar a sua "motivação" para se mudar para "o outro lado do planeta" e dedicar-se ao surf, desporto do qual nunca desistiu.
Radicado na Nazaré desde 2012, o surfista treina regularmente nas ondas gigantes da Praia do Norte e garante que vai manter-se "na corrida" em que se os atletas "trabalharem duro e forem dedicados àquilo que fazem, todos os sonhos são possíveis".
A atribuição do galardão de maior onda do mundo na Nazaré, pela quinta vez, "não é banal, mas começa a ser normal", afirmou o presidente da Câmara, Walter Chicharro, considerando que as ondas da Praia do Norte têm, na última década, "prestado um grande serviço ao país".
Depois de Garrett McNamara ter celebrizado as ondas gigantes da Praia do Norte com o recorde batido em 2011, o autarca garante que sempre que participa em eventos no estrangeiro, "a Nazaré é a segunda maior marca portuguesa, só destronada por Cristiano Ronaldo".
Já no que toca a ondas grandes, a Nazaré dá cartas, considera o autarca, que estima que "muitos outros recordes venham aqui a ser batidos nos próximos anos".
Tanto mais que, sublinhou Francisco Spinola, da Liga Mundial de surf, apesar de "serem recebidas dezenas de candidaturas de ondas de vários países do mundo", a competição pela maior onda tem sido "a Nazaré contra a Nazaré".
O primeiro surfista a bater um recorde na Nazaré foi o havaiano Garrett McNamara, quando surfou uma onda homologada em 23,77 metros de altura, em 01 de novembro de 2011.
Em 2017, esse recorde foi batido pelo brasileiro Rodrigo Coxa, também na Praia do Norte, onde surfou uma onda de 24,38 metros.
A estes somaram-se os recordes femininos alcançados pela brasileira Maya Gabeira, que em 2020 ultrapassou a sua própria marca, com uma onda de 22,40 metros.
Hoje, o recorde passa para as mães de Sebastian Steudtner, com 26,21 metros, prevendo-se que a Praia do Norte volte a estar na corrida quando concluídas as medições das ondulações no último inverno, em que o 'big rider' brasileiro Lucas Chumbo, poderá ter ultrapassado esta onda.